Jubileu dos comunicadores realiza-se este fim de semana em Roma

A 24, Dia de São Francisco de Sales patrono dos jornalistas, haverá uma grande peregrinação com passagem pela Porta Santa da Basílica de São Pedro

Foto: Cartaz do evento

O Jubileu dos Comunicadores é o primeiro jubileu a ser assinalado em Roma, com a participação do Papa, juntando profissionais de todo o mundo na capital Italiana.

O pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, organismo da Cúria Romana responsável pela organização dos eventos do Ano Santo, assume que “a comunicação é fundamental para a vida da Igreja”.

D. Rino Fisichella pede aos jornalistas que transmitam uma “experiência positiva” do Ano Santo a todo o mundo.

“Queremos que a experiência positiva que os jornalistas tiverem do Jubileu se torne um instrumento para comunicar aos outros a importância do Ano Santo”, indica o colaborador do Papa, em declarações à Folha do Domingo e Agência Ecclesia.

“Hoje, acima de tudo, a comunicação passa pelos comunicadores. É por isso que o primeiro grande evento do Jubileu é dedicado aos comunicadores, a todo o mundo da comunicação, especialmente aos jornalistas”, acrescenta.

O programa de três dias foi preparado em diálogo com comunicadores, após uma “resposta muito positiva” sobre a possibilidade de uma celebração específica no contexto do Ano Santo.

“Depois, pensamos que seria importante que os jornalistas de Roma dessem as boas-vindas a todos os jornalistas vindos de diferentes partes do mundo. Dar o sinal de que há uma comunidade em Roma que vive, que trabalha e que, de alguma forma, se sente chamada a acolher aqueles que vêm de fora”, refere ainda D. Rino Fisichella.

Para o pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, este momento de diálogo vai “mostrar a capacidade de viver o Jubileu também através do testemunho direto de uma pessoa e também através do intercâmbio entre jornalistas”.

O acolhimento tem lugar na sexta-feira, às 17h30 locais (menos uma em Lisboa), na Basílica de São João de Latrão, com uma liturgia penitencial seguida da Missa internacional da festa de São Francisco de Sales, presidida pelo cardeal Baldo Reina, vigário-geral da Diocese de Roma.

A basílica papal vai acolher a relíquia de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas.

programa inclui, na manhã de sábado, um evento no Auditório Paulo VI com a jornalista Maria Angelita Ressa, autora filipino-americana, Nobel da Paz em 2021, antes do encontro com o Papa Francisco.

O encontro com Francisco é precedido por reflexões de “duas grandes testemunhas de uma comunicação de esperança”, informa o Vaticano: Maria Ressa, jornalista, prémio Nobel da Paz e diretora da plataforma ‘Rappler’, e Colum McCann, escritor e cofundador da rede ‘Narrative 4’.

Na tarde de sábado, decorre em vários locais a iniciativa ‘Diálogo com a cidade: encontros culturais e espirituais’, encontros – na sua maioria abertos ao público – organizados por várias instituições para abordar o tema da relação entre a Comunicação e a Igreja.

A Santa Sé promove ainda o encontro ‘Unir os comunicadores para um caminho comum”, iniciativa dedicada a um grupo de 150 jovens profissionais da comunicação provenientes de mais de 60 países, incluindo Portugal.

“A experiência religiosa do jubileu, que tem lugar no sábado de manhã, através de uma peregrinação ao longo de toda a Avenida da Conciliação, combina-se também com a dimensão cultural que terá lugar durante a tarde”, aponta D. Rino Fisichella.

A conclusão do jubileu do mundo das comunicações coincide com o VI Domingo da Palavra, uma celebração instituída pelo Papa para promover a valorização da Bíblia nas comunidades católicas.

O pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização destaca o simbolismo desta coincidência, deixando votos de que “os comunicadores possam ser capazes, na sua profissão, de comunicar a verdade, de não ter pressa nas notícias, mas ter a capacidade de refletir também sobre as consequências das notícias que são dadas”.

“O Jubileu, com raízes no ano sabático dos judeus, consiste num “perdão geral, uma indulgência aberta a todos, e na possibilidade de renovar a relação com Deus e o próximo”.

Esta indulgência implica obras penitenciais, incluindo peregrinações e visitas a igrejas.

O ano santo de 2025 é o 27.º jubileu ordinário da história da Igreja; o Papa Bonifácio VIII instituiu, em 1300, o primeiro Ano Santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, cinquentenária e finalmente fixado de 25 em 25 anos.

O último jubileu foi o ano santo extraordinário dedicado à Misericórdia (29 de novembro de 2015 a 20 de novembro de 2016), convocado com a Bula ‘Misericordiae Vultus’ do Papa Francisco.

Para além do programa comum aos comunicadores de todo o mundo, e que vai ser transversal aos vários jubileus setoriais ao longo do Ano Santo – passagem pela Porta Santa, na Basílica de São Pedro, um encontro com o Papa, e uma Missa final também na basílica vaticana com o Francisco –, o Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da CEP organizou o debate ‘Francisco, o pontificado de esperança’, na manhã do dia 24, para o grupo de Portugal.

Para este encontro, o SNCS conta com a participação do cardeal português D. José Tolentino Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação (Santa Sé), o padre Antonio Spadaro, subsecretário deste mesmo organismo, e a irmã Simona Brambilla, prefeita do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

‘Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações’ (cf. 1 Pd 3, 15-16) é o tema do Dia Mundial das Comunicações Sociais 2025, que vai ser publicada esta sexta-feira, com alertas para a comunicação de hoje, muitas vezes violenta.

O Dia Mundial das Comunicações Sociais é a única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II, no decreto ‘Inter Mirifica’, em 1963; assinala-se, em cada ano, no domingo antes do Pentecostes.

O Ano Santo 2025, o 27.º jubileu ordinário da história da Igreja, foi proclamado pelo Papa Francisco na bula ‘Spes non confundit’ (A esperança não engana), teve início no dia 24 de dezembro de 2024, com a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro, e termina no dia 6 de janeiro de 2026.

O jubileu 2025 tem como tema ‘Peregrinos de Esperança’, e Isabel Figueiredo destacou que o Papa pede “especificamente” aos jornalistas, que tenham “uma atenção particular ao Jubileu e que o acompanhem ao longo de todo o ano”.

(Com Ecclesia)

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