Ano Santo extraordinário levou milhões de pessoas a Roma e multiplicou-se por todas as dioceses do mundo
O Papa vai encerrar este domingo no Vaticano a Porta Santa da Basílica de São Pedro, a última ainda aberta em todo o mundo, colocando um ponto final no Jubileu da Misericórdia iniciado em dezembro de 2015.
A clausura da porta, que apenas se abre nos Anos Santos (29 até hoje, na história da Igreja Católica), vai decorrer antes da Missa a que o Papa vai presidir, a partir das 10h00 locais (menos uma em Lisboa).
Em entrevista divulgada hoje pelo jornal católico italiano ‘Avvenire’, Francisco diz que o terceiro Ano Santo extraordinário da Igreja quis sublinhar que “a misericórdia é o nome de Deus” e recordar a importância do “perdão”.
“Não fiz um plano. Fiz apenas aquilo que o Espírito Santo me inspirava e as coisas aconteceram”, acrescenta o Papa, a respeito do programa levado a cabo nos últimos 12 meses.
O pontífice argentino evoca a memória de João XXIII, que deu início ao Concílio Vaticano II em 1962, e de Paulo VI, que o concluiu em 1965, como fontes de inspiração para o tema da misericórdia.
“Depois houve o ensinamento de São João Paulo II, com a sua segunda encíclica, ‘Rico em Misericórdia’, e a instituição da festa da Divina Misericórdia. Bento XVI disse que o nome de Deus é misericórdia”, acrescentou.
Ao longo do Jubileu, Francisco visitou refugiados na ilha grega de Lesbos com o patriarca de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), Bartolomeu; encontrou-se em Cuba com o patriarca ortodoxo de Moscovo, Cirilo; e participou na comemoração conjunta dos 500 anos da reforma luterana, na Suécia.
O Papa sublinha que este percurso ecuménico “já vem de longe” e é um caminho que se “intensifica” com o passar do tempo.
O primeiro gesto do Jubileu da Misericórdia aconteceu com a abertura da Porta da Misericórdia em Bangui, a 29 de novembro, na visita de Francisco à República Centro-Africana.
Francisco promoveu catequeses especiais, em audiências jubilares aos sábados, acolheu visitas de presos, sem-abrigo ou doentes, entre outros, para jubileus particulares, e recordou a importância das obras de misericórdia, corporais e espirituais, que a Igreja Católica propõe aos seus fiéis.
O próprio Papa levou a cabo iniciativas “surpresa” nas chamadas “sextas-feiras da Misericórdia”, nas quais visitou, entre outros, doentes em estado vegetativo, uma comunidade de toxicodependentes, pessoas com deficiências mentais graves, padres, mulheres “libertadas de redes de prostituição”, bebés prematuros ou uma ‘Aldeia SOS’ para crianças.
Francisco presidiu na Polónia à Jornada Mundial da Juventude, tendo passado em silêncio pelos campos de concentração nazis de Auschwitz-Birkenau.
Milhões de pessoas passaram por Roma para atravessar a Porta Santa, em peregrinação e para as várias celebrações presididas pelo Papa, com destaque para a canonização de Madre Teresa de Calcutá, a 4 de setembro.
No último domingo, as catedrais e santuários de todo o mundo fecharam as Portas da Misericórdia abertas no Ano Santo extraordinário.
(Com Ecclesia)