Comemorações decorreram na Agualva com cerca de 400 jovens
Cerca de 400 jovens da ilha Terceira aderiram às comemorações do Dia Mundial da Juventude, celebrado na Agualva.
A organização esteve a cargo dos grupos locais sob a orientação da delegação da ilha Terceira do Serviço Diocesano da Pastoral Juvenil.
As comemorações decorreram em toda a diocese com especial incidência nas ilhas do Faial e São Miguel.
Centenas de Jovens participaram em várias iniciativas desde o canto, ao teatro, passando pelas atividades desportivas todas elas centradas no lema diocesano deste ano pastoral ”Partilha, vem e segue-me”.
Na Agualva os jovens elegeram o grupo de São Mateus como o interprete da melhor música e o de São Bartolomeu como o melhor grupo de teatro. Por sorteia, dada a quantidade de propostas, ficou decidido que, para o ano, o Dia mundial da Juventude será organizado na paróquia da Ribeirinha e a vigília pelo grupo de Jovens das Quatro Ribeiras.
Papa de olhos postos na juventude
No Vaticano, o Papa denunciou as vozes orquestradas que, na Igreja e no mundo, procuram silenciar o “grito” de alegria dos marginalizados que Jesus Cristo veio colocar no centro da sua mensagem, e desafiou particularmente os jovens a não se deixarem silenciar.
“Há muitas maneiras de tornar os jovens silenciosos e invisíveis. Muitas maneiras de os anestesiar e adormecer para que não façam «barulho», para que não se interroguem nem ponham em discussão”, alertou, durante a homilia da Missa do Domingo de Ramos, que reuniu dezenas de milhares de pessoas.
“Há muitas maneiras de os fazer estar tranquilos, para que não se envolvam, e os seus sonhos percam altura tornando-se fantastiquices rasteiras, mesquinhas, tristes”, acrescentou, no dia que marca o início das celebrações da Semana Santa.
“Queridos jovens, que estais aqui, a alegria que Jesus suscita em vós é, para alguns, motivo de aborrecimento e irritação, porque um jovem alegre é difícil de manipular”, assinalou o pontífice.
Francisco evocou o relato da Paixão de Jesus, lido hoje nas igrejas de todo o mundo, na qual se ouve um grito dos fariseus, dirigido a Cristo: “Mestre, repreende os teus discípulos”.
A resposta de Jesus foi: “Digo-vos que, se eles se calarem, gritarão as pedras”.
O Papa desafiou os jovens a reagir contra esta “tentação” de fazer com que os discípulos de Jesus fiquem calados, uma tentação dos “fariseus de ontem e de todos os tempos”.
“Queridos jovens, cabe-vos a decisão de gritar, decidir-vos pelo Hossana do domingo para não cair no «crucifica-O» de sexta-feira… E compete-vos não ficar calados. Se os outros calam, se nós, idosos e responsáveis, tantas vezes corruptos, nos calamos, se o mundo se cala e perde a alegria, pergunto-vos: vós gritareis?”, questionou.
“Por favor, por favor, decidi-vos antes que gritem as pedras”, concluiu Francisco.
O Papa recebeu, no final da Missa, as conclusões da reunião pré-sinodal que decorreu entre segunda-feira e sábado em Roma, para preparar a assembleia do Sínodo dos Bispos marcada para outubro, no Vaticano, sobre o tema ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’.
O jovem do Panamá, que falou em nome de todos os participantes, falou da “alegria” dos jovens pelo convite do Papa, para falar sobre a sua realidade, “sem distinção de cultura ou crenças”, manifestando a esperança de que “a Igreja continue a ouvir a voz da juventude”.
Na sua mensagem para a 33.ª JMJ, divulgada pelo Vaticano, Francisco desafia os jovens de todo o mundo a superar a obsessão dos ‘like’ nas redes sociais.
O texto refere-se também à “precariedade” do trabalho, que condiciona os “sonhos” dos jovens, tanto crentes como não-crentes. O próximo encontro mundial de jovens vai realizar-se entre 22 e 27 de janeiro de 2019, na Cidade do Panamá, e decorre pela primeira vez na América Central.