“Comprometidos com a humanidade, caminharemos unidos e cuidaremos a criação” dizem jovens a partir da montanha do Pico
Os jovens açorianos assinaram esta terça-feira o Pacto da Montanha a onde se comprometem a “viver com urgência” a “proteção, o cuidado e a dignificação” da Casa Comum “que é uma obra prima de Deus”.
“Somos todos da mesma terra, família da mesma humanidade, por isso, a caminho da Jornada Mundial da Juventude, unidos ao todo da nossa Diocese, queremos assinar um pacto de compromisso, o “Pacto da Montanha”, através do qual assumimos que Comprometidos com a Humanidade, caminharemos unidos e cuidaremos da criação” refere o texto.
A partir das encíclicas Laudato Si e Fratelli Tutti, textos do magistério do Pontificado do Papa Francisco, os jovens insulares que subiram á montanha do Pico esta segunda e terça-feira, reconhecem a relação entre a criação e o criador e a necessidade de promover a união de toda a família humana ” na busca de um desenvolvimento sustentável” na “construção da Casa Comum”.
“O cuidado da natureza faz parte dum estilo de vida que implica capacidade de viver juntos e de comunhão. Jesus lembrou-nos que temos Deus como nosso Pai comum e que isto nos torna irmãos.” (LS 228) “É necessário voltar a sentir que precisamos uns dos outros, que temos uma responsabilidade para com os outros e o mundo que vale a pena ser bons e honestos. “ (LS 229)
Os jovens insulares apresentam este pacto como um sinal da sua luta contra a “indiferença”
“Aceitando o desafio de cuidarmos, protegermos e dignificarmos esta Casa Comum que nos é dado habitar; Afirmando a necessidade que temos uns dos outros e da responsabilidade para com os outros e para com o mundo; Sabendo que somos a mesma terra e que só caminhando juntos e unidos podemos vencer os desafios que se colocam no hoje da nossa história” pode ler-se no documento que foi assinado pelos jovens que subiram a Montanha e, também divulgado entre os que participam na Jornada Mundial da Juventude, nas diferentes celebrações que ocorreram em toda a diocese esta noite passada, às 22h00.
“Havemos por bem estabelecer o seguinte pacto:
- Reconhecer Deus como o grande Autor desta obra de arte que é a Criação;
- Amar esta terra e esta humanidade, com todos os seus seres e elementos;
- Viver comprometidos com a humanidade, promovendo o seu ser família universal;
- Caminhar unidos, valorizando o bom e o belo de cada ser vivo;
- Dizer “não”, evitar e combater a poluição, os resíduos e a cultura do descarte, a perda da biodiversidade, a deteriorização da qualidade da vida humana e a degradação social e lutar contra a desigualdade planetária.
- Promover uma verdadeira ecologia integral através de um contínuo processo de conversão ecológica, apontando para outro estilo de vida e vivendo uma aliança entre a humanidade e o ambiente;
- Dispormo-nos, à luz da fé e da sabedoria que nos vem das narrações bíblicas, a descobrir a mensagem de cada criatura na harmonia de toda a criação;
- Desejar, procurar e viver a comunhão universal;
- Sentir que precisamos uns dos outros e que temos uma responsabilidade para com os outros e o mundo;
- Acolher, aceitar, respeitar e amar cada pessoa como imagem viva de Jesus Cristo”.
As celebrações ocorridas esta noite sublinharam um desejo transversaL. “Queremos subir às montanhas da vida às montanhas onde o outro e o mundo carecem da nossa presença e ação, subir às montanhas onde falta misericórdia e a esperança, a alegria e a vida”.
Os jovens sublinharam ainda a vontade de “subir mais alto” para louvar a “beleza de ser irmão e de viver em comunhão e fraternidade com todos”.
“Se ha pressa no ar, levantemos os braços, façamos ouvir a nossa voz” terminam os jovens.
Esta manhã, ao nascer do sol, o bispo de Angra presidirá a uma celebração no topo da montanha do Pico. Participam cerca de centena e meia de jovens, onde se incluem também sacerdotes e jornalistas.
Antes do último grupo subir à montanha, os jovens participaram numa eucaristia na Igreja da Madalena.
O pároco, que é também o ouvidor eclesiástico da ilha, lembrou que “não podemos ficar de braços cruzados nas nossas vidas. Temos de partir para anunciar”.
“Quando cada um de nós reconhece Jesus vivo e ressuscitado, saímos para anunciar a paz, o bem e a justiça” afirmou D. Amando Domingues.