Jovem açoriana dos Arrifes integra coro da Jornada Mundial da Juventude

Laura Ferreira tem 26 anos, estuda música e é uma das 200 vozes deste mega coro que quer ser como “uma família”

O Colégio de São João de Brito, em Lisboa, acolheu no passado dia 25 de julho os primeiros ensaios do coro da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, com participantes de todo o país. Entre as 200 vozes está uma dos Arrifes. Laura Ferreira tem 26 anos e estudou Canto Lírico em Lisboa.

“Desde as Jornadas Mundiais da Juventude de 2016, na Polónia, que o meu desejo era integrar o coro de uma futura JMJ. Desde 2016 que tentei perceber como poderia integrar um coro do género para poder vivenciar a minha Fé com pessoas de todo o mundo” afirmou em declarações ao Sítio Igreja Açores.

“Fiquei radiante quando soube pelos noticiários , em 2019, que a jornada iria ser realizada em Lisboa. Comecei a seguir a página oficial Lisboa 2023 e a página da Pastoral Juvenil da Diocese de Angra para estar atenta a todas as novidades vindas do COL (Comité Organizador Local) e do COD (Comité Organizador Diocesano)” adianta explicando o processo de seleção: “foi feita uma pré-seleção que consistia numa gravação do hino das JMJ em português. Passando à fase seguinte, foram feitas audições presenciais na Igreja do Cristo Rei, na Portela, em Loures. A audição consistia em entoar “Jesus Christ You Are My Life”, do Monsenhor Marco Frisina, bem como “Tui amoris ignem” de J. Berthier a solo e a 4 vozes e, por último, entoar uma frase à primeira vista a solo”.

A paixão pela música e a fé andaram sempre de mãos dadas. Pertenceu ao coro da paróquia de Nossa Senhora da Saúde, nos Arrifes, nomeadamente ao coro jovem do Grupo Caminhantes e, mais tarde em 2016, já com o 8º grau do Conservatório concluído, e depois de ter sido coralista no Coro de São José, dirigiu durante dois anos o coro juvenil do Santuário do Senhor Santo Cristo.

Para além da música, gosta de desenhar, de ler, de dançar, de estar com a  família e de sair com os amigos. Ainda não participou nos ensaios, “por motivos profissionais” , mas adianta que ” a experiência em si está a ser enriquecedora, pois permitiu conhecer pessoas de todo o país. Logo na primeira audição, na Portela, conheci colegas de Viana do Castelo, do Porto e de Beja. No entanto, no próximo ensaio, em outubro, já estarei presente” avançou ainda.

Esta será a segunda Jornada Mundial da Juventude, mas será vivida de “modo diferente” assegura, visto que será “uma alegria imensa por ser em Portugal e, porque, pela primeira vez, farei parte do coro das JMJ”.

A primeira Jornada que viveu como peregrina foi em 2016 em Cracóvia, na Polónia.

“Fomos um grupo de 6 pessoas provenientes da paróquia de Nossa Senhora da Saúde e juntámo-nos com o grupo das Dioceses de Lamego e Vila Real. Realizámos as pré-jornadas em Gaszowice onde fomos acolhidos por famílias locais durante 5 dias. Assistimos a Eucaristias todos os dias, participámos em via sacras, como também visitámos locais emblemáticos daquela região, nomeadamente o campo de concentração de Auschwitz. Tivemos, assim, uma imersão cultural em absoluto naquele país” adianta recordando o encontro com o grupo da ilha Terceira, que se tinha unido à diocese do Algarve.

“Se nas pré-jornadas pudemos confraternizar com pessoas de todos os lugares e visitar locais emblemáticos, nas jornadas vivenciámos a nossa Fé. Já era visível o cansaço físico nos nossos corpos, após andar quilómetros, para participarmos nos eventos oficiais das JMJ. No entanto sentíamo-nos renovados com uma alegria, amor e paz imensa por estarmos ali junto ao Papa Francisco e a milhões de jovens de todo o mundo, a falar a mesma língua, Jesus” afirma com entusiasmo.

Por isso, deixa um apelo aos jovens dos Açores: “a jornada não é um retiro, é muito mais do que isso… se tens oportunidade para ir é uma vivência única que só se experiencia apenas uma vez, pois cada jornada é diferente”, afirma.

” Sou uma abençoada por poder participar num evento religioso desta dimensão, ser membro de um coro com jovens que partilham comigo o mesmo sonho, estar em Lisboa a viver e poder dar a minha voz ao serviço da Igreja. Sei que muitos não participaram no coro devido à nossa condição de insularidade, pois sabemos a dificuldade que é deslocarmo-nos a Lisboa todos os meses para termos ensaios” adianta ainda.

Nascida a 8 de outubro de 1996, com a professora Susete Oliveira , mas só ingressou no Conservatório aos 17, para estudar canto lírico , primeiro com  Raquel Ramos, o ciclo básico de canto, e o secundário com a professora Cármen Subica. Posteriormente, foi para o Porto concluir o secundário de Canto com o professor Vítor Sousa. No ano seguinte, foi admitida na Escola Superior de Música de Lisboa, estudando Canto com a professora Silvia Mateus. Teve também como professores: Francisco Sassetti, Paulo Vassalo Lourenço, Pedro Teixeira, Armando Possante, João Vaz, Cláudia Casquilho, Sérgio Azevedo, Vasco Pearce de Azevedo, Luís Tinoco e Nuno Vieira d’Almeida.

O coro da JMJ reune 200 vozes de todo o país, incluindo das duas Regiões Autónomas.

“Fazemos muitos ensaios para que o grupo vá amadurecendo e se torne uma família porque quando um coro trabalha com tempo o som é mais bonito e orgânico”, disse à Agência ECCLESIA Teresa Cordeiro.

O coro da JMJ, com cerca de 200 elementos, inclui participantes de todo o país, incluindo as regiões autónomas, distribuídos por quatro naipes (sopranos, contraltos, tenores e baixos).

 

Scroll to Top