Jornalista do Diário Insular defende auto regulação como forma de garantir a liberdade de imprensa

2º mesa redonda das II Jornadas Diocesanas de Comunicação Social reuniu jornalistas e assessores de imprensa

A auto-regulação, a validação entre pares do trabalho do jornalismo e a consciencialização por parte dos profissionais e das suas chefias de que o jornalismo não é espetáculo é a forma que os media têm de promover a inclusão, disse esta tarde o chefe de redação do jornal Diário Insular, um dos oradores na segunda mesa redonda das II Jornadas Diocesanas de Comunicação Social que decorrem no Seminário Episcopal de Angra.

“Se os jornalistas não se auto organizarem para favorecer o jornalismo como ciência, ficaremos à mercê da hétero-regulação, que poderá restringir a liberdade de imprensa” disse Armando Mendes.

“Para que o jornalismo seja ciência e não conhecimento feito a partir de contra informação é preciso haver liberdade, seriedade e rigor” disse ainda o jornalista que lembrou as dificuldades porque passam os jornalistas na região, nomeadamente no que respeita à sua remuneração.

“Os jornalistas dos órgãos de comunicação social privados são mal pagos e são eles próprios excluídos” destacou ainda o jornalista, sublinhando a dificuldade que há hoje em “criar pontes que favoreçam a inclusão”.

Por outro lado, Miguel Sousa Azevedo, assessor do Grupo Parlamentar do PSD na Assembleia Legislativa dos Açores destacou a importância da comunicação para construir pontes ao nível da sociedade e “essa comunicação é desenvolvida por pessoas e não por tecnologias”.

Já Paulo Barcelos, assessor de imprensa no Governo Regional dos Açores, frisou a importância dos assessores na construção de uma verdade noticiosa.

“A verdade e a autenticidade são fundamentais para se fazer boa comunicação” disse o jornalista que começou a trabalhar no jornal A União, último jornal propriedade da diocese de Angra que encerrou em 2012 devido a questões financeiras.

A relação entre assessores e jornalistas, sempre “complementares” foi outra das conclusões deste painel que se centrou no debate sobre se a igreja deve ou não ser proprietária de meios de comunicação social.

Durante o debate foram criticadas algumas das opções da Diocese nomeadamente a de encerrar títulos e através disso a perda de meios que deixaram de permitir a afirmação de uma determinada linha editorial, baseada em critérios cristãos.

As jornadas encerram ao final do dia com uma conferência de Viriato Soromenho Marques e a intervenção do bispo de Angra, D. João Lavrador.

 

 

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