Primeira edição deste semanário católico saiu em 2 de junho de 1917
O jornal “O Dever”, uma das duas publicações açorianas que são propriedade da igreja açoriana, a par do semanário “A Crença”, vai assinalar hoje o seu centenário. A sessão solene comemorativa do Centenário será presidida pelo Bispo de Angra e contará com uma conferência da colaboradora do Sítio Igreja Açores, Carmo Rodeia.
“A prioridade é fazer o jornal sair todas as semanas. O nosso compromisso era chegarmos aos 100 anos. Agora precisamos de fazer um estudo de viabilidade e ver se é possível continuar. Eu julgo que sim” disse ao Igreja Açores o Pe João Bettencourt das Neves, diretor do semanário católico.
“As pessoas têm de se sentir interpeladas e por isso o futuro do jornal também depende da sua vontade, isto é, se tivermos leitores e assinantes tudo será mais fácil”, acrescentou o sacerdote .
Durante cem anos o jornal contou já com pelo menos 12 directores e começou por ser publicado no Topo, em São Jorge e depois passou para as Lajes do Pico.
“É para o povo o nosso pequeno semanário: a ele o destinamos particularmente, com a mira no interesse da verdade da doutrina e com os olhos postos na obra urgente da cristianização da família”, frisou o padre João Bettencourt das Neves recuperando o essencial do editorial do Pe. Xavier Madruga na primeira edição do semanário.
Na entrevista que pode ouvir este domingo a partir do meio dia no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores, o atual diretor do Dever fala na vocação deste jornal: ser uma publicação de proximidade mas sem perder de vista a igreja e o mundo.
“O jornal não é confessional. Tem reportagem sobre as coisas locais sem perder de vista o mundo e o que se passa na igreja e no mundo” refere.
Para o Pe. João Bettencourt das Neves os problemas do Dever são comuns à imprensa de inspiração cristã e a principal dificuldade é ter leitores e encontrar o justo equilíbrio entre o que é confessional e o que é generalista. Referindo-se à importância destes meios de comunicação o sacerdote recorda a importância e o valor que a igreja sempre deu à comunicação social, que deve ser sempre “um instrumento de paz e não de ódios nem se desrespeito pelo outro”.
Para honrar as pessoas que passaram por aquela casa, ao longo de um século, a começar pelo fundador, o padre João Madruga, vai ser lançado “um livro com a história da publicação” feito pelo comendador Ermelindo Ávila.
Durante o centenário vai ser lançado “um selo e uma medalha” alusivos à efeméride.
Entretanto este sábado a sessão solene conta ainda com a inauguração de uma exposição no Museu dos Baleeiros composta por dez painéis alusivos aos cem anos de vida do jornal e ainda uma atuação do coro das Lajes.
“Numa revisitação dos factos e acontecimentos mais relevantes, do ponto de vista local, regional e nacional/internacional, noticiados pelo O Dever, ao longo de dez décadas, pretende-se celebrar e homenagear a importância deste secular órgão de comunicação social da ilha do Pico e dos Açores”, informa a organização.