As quatro zonas pastorais da ouvidoria contam com cinco congregações num total de 26 religiosas.
As religiosas de São José de Cluny acabam de manifestar ao Ouvidor de Ponta Delgada a sua apreensão quanto “à falta de vocações religiosas”, á diminuição do número de elementos em cada uma das cinco comunidades que existem na ouvidoria e ao abandono da ilha por parte de algumas congregações.
Segundo uma nota da responsável pela Congregação de São José de Cluny, que é também secretária da Confederação dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP), apresentada na última reunião do Conselho Pastoral da Ouvidoria de Ponta Delgada, a que o Portal da Diocese teve acesso esta segunda-feira, existem atualmente na Ouvidoria cinco comunidades religiosas com 26 elementos, “o que é manifestamente pouco”.
Por isso, a direção do CIRP, presidida pelo Pe Pedro Coutinho, Sacerdote do Coração de Jesus, criou os chamados “grupos missionários” , em que duas religiosas se deslocam às paróquias da Ouvidoria de Ponta Delgada para falar a jovens e crianças “sobre as diversas vocações, baseando-se em personagens bíblicas e levando-os a refletir e a questionarem-se o que o Senhor quer de cada um delas”.
O próximo ano, declarado pelo Papa Francisco como o ano dedicado à Vida Consagrada, é para o CIRP uma “oportunidade para aprofundar o conhecimento” sobre as congregações religiosas.
“Seria bom que todos nós, no próximo ano, dedicado à Vida Consagrada, nos dedicássemos mais ao conhecimento e aprofundamento da mesma” para se ultrapassar “a imagem da vida religiosa entendida como um refúgio e conforto” refere a nota assinada pela Secretária da CIRP, Ir. Ermelinda Matos.
“Não digo que vamos tocar a campainha, quem quer ir para a vida religiosa? Mas há sempre jovens que andam à procura de algo e devem ser questionadas sobre a sua vocação porque a maior parte não conhece a vida religiosa”, conclui.
Presentes na Ouvidoria de Ponta Delgada estão duas religiosas da congregação “Irmãs da Santa Face”; três irmãs da Congregação de “Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor”; 10 religiosas da Congregação de São José de Cluny; seis da Congregação de Maria Imaculada e as Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, com cinco religiosas.
Desempenham um papel de relevo nas suas comunidades paroquiais, nomeadamente na catequese, no ensino, na Eucaristia como leitoras e ministras extraordinárias da comunhão, na assistência a mulheres, crianças e jovens em risco, a doentes ou no acompanhamento a famílias problemáticas do ponto de vista social. Visitam ainda os presos e os doentes, prestando todo o auxilio de que as várias comunidades necessitam.
Nos Açores existem 22 Institutos Religiosos, três dos quais masculinos. Só em São Miguel existem 11, na sua maioria femininos.