Imigrantes representam 8% da população residente nas Flores

 

Foto: Igreja Açores/CR

A Igreja celebra este domingo o Dia Mundial do Migrante e Refugiado

São os migrantes que na ilha das Flores começam a contrabalançar os fenómenos de desertificação e envelhecimento da população, acrescentando algum dinamismo à vida local. Atualmente residem 207 estrangeiros na ilha que conta com 3249 habitantes, segundo o último censos, de 2021.

A proveniência é diversificada e abrange os cinco continentes. No total estima-se que sejam 27 nacionalidades diferentes, com particular destaque para os que vêm da Alemanha, França, Bélgica, Estados Unidos da América e Brasil. Os mais jovens destas famílias imigrantes- Israel, Finlândia, Alemanha, França, Ucrânia, China e Brasil- frequentam as aulas de EMRC , embora nem todos professem a religião católica. Há entre os alunos jovens ortodoxos, protestantes e judeus.

Muitos fixaram-se nas Flores por causa de trabalho; outros optaram por viver na ilha , numa etapa final da sua vida. Ainda na sexta-feira faleceu uma alemã, bastante conhecida no concelho das Lajes, onde este fenómeno migratório é mais visível.

Este domingo, em que a Igreja assinala e celebra o 110º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, o bispo de Angra prossegue a sua Visita Pastoral à ilhas Flores.

“Unamo-nos à  Igreja do mundo inteiro, neste dia em que celebramos o dia Mundial dos Migrantes e dos refugiados” pediu D. Armando Esteves Domingues aos paroquianos de Ponta Delgada, uma das paróquias do concelho de Santo Cruz das Flores, que tem perdido muitos habitantes, sobretudo jovens.
“O nosso país é o que é devido à migração, desde o tempo dos Descobrimentos. Tantos de nós  foram para o novo mundo; a mobilidade sempre foi apanágio da história dos Açores e da Igreja, ou por busca de melhores condições de vida, por guerra, por trabalho”, disse o prelado.
“O mundo mudou e hoje é móvel” enfatizou e “Deus é parceiro deste mundo em mobilidade”.
“Na equipa de padres que este próximo ano pastoral irá servir as Flores haverá um imigrante, barsileiro, com uma espiritualidade muito bonita. ESpero que façais festa com ele como fazeis ao Senhor Jesus”, disse ainda D. Armando Esteves Domingues.

O Papa defende na sua mensagem para o 110.º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que se celebra este domingo, que Deus se identifica com as pessoas que fogem da sua terra, convidando as comunidades católicas ao seu acolhimento.

“Deus caminha não só com o seu povo, mas também no seu povo, dado que se identifica com os homens e as mulheres que caminham na história – particularmente com os últimos, os pobres, os marginalizados –, prolongando de certo modo o mistério da Encarnação”, escreve Francisco.

A jornada de 2024 tem como tema ‘Deus caminha com o seu povo’ e celebra-se a 29 de setembro, o domingo que precede o início da segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (02-27 de outubro de 2024).

“A ênfase posta na sua dimensão sinodal permite à Igreja descobrir a sua natureza itinerante de povo de Deus em caminho na história, peregrinante – poderíamos dizer ‘migrante’ – rumo ao Reino dos Céus”, assinala o Papa, ligando as duas celebrações.

A mensagem apresenta os migrantes da atualidade como “uma imagem viva do povo de Deus em caminho rumo à Pátria eterna”.

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