Ponta Delgada é a última paragem da imagem da Virgem Peregrina; ouvidor pede que este seja um momento de “oração e perdão”
A Imagem da Virgem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima inicia este sábado o último périplo na ilha de São Miguel sendo esperada às quatro da tarde no Estabelecimento Prisional de Ponta Delgada onde fará a sua primeira paragem simbólica cumprindo uma das obras de Misericórdia.
De 30 de janeiro a 2 de fevereiro a Ouvidoria de Ponta Delgada viverá a passagem e fecho da visita da imagem peregrina de Fátima na ilha de São Miguel.
Marcada pelo slogan da obra de misericórdia “dar de comer a quem tem fome”, o programa, já divulgado (ver Eventos), prevê a permanência da imagem na Igreja Jubilar do Lajedo dedicada a Nossa Senhora de Fátima, após uma breve celebração mariana no estabelecimento prisional e concentração em frente ao Santuário da Esperança.
“A Ouvidoria está assim toda convocada a reunir-se e a concentrar-se num só local, como havia sido programado na reunião dos Ouvidores com a Vigararia Geral da diocese” refere uma nota da ouvidoria assinada pelo Ouvidor Adjunto, Pe Marco Tavares.
A visita da imagem peregrina constitui, pois, “um sinal que convida à saída, ao êxodo e a olhar mais além, acima de paroquialismos e de “guetos” pastorais solipsistas que não olham a igreja como um todo, constituída pela diferença e contributo das partes”, refere o sacerdote.
Contemplando o tripé em que assenta a vida e o Mistério da Igreja, Anúncio do Evangelho, Celebração e Oração e Caridade, a Ouvidoria “viverá o acontecimento tentando concentrar todos os intervenientes destes três sectores da Igreja e convidando os mais distantes que normalmente acedem a estes momentos pela via da religiosidade popular”.
Das famílias aos jovens, das crianças aos idosos e doentes, dos reclusos aos movimentos marianos, das catequeses à oração silenciosa e individual, a visita também contempla espaços para a celebração da Misericórdia através do Sacramento da Reconciliação, com sacerdotes disponíveis na igreja.
De destacar a celebração eucarística do dia 1 de fevereiro, pelas 20h00, com o convite à presença das famílias e casais e da Pastoral familiar diocesana, onde a coleta da eucaristia se destina à partilha com os mais pobres, através de instituições caritativas presentes na Ouvidoria.
“As obras de misericórdia fazem a Igreja acontecer no dom, daí que “dar de comer a quem tem fome” será efetivo através do gesto de partilha”, refere o Pe Marco Tavares.
Lembrando as palavras do Pe José Tolentino Mendonça- “ à mesa não nos alimentamos apenas ao mesmo tempo e dos mesmos alimentos. Alimentamo-nos uns dos outros. Somos uns para os outros, na escuta e na palavra, no silêncio e no riso, no dom e no afeto, um alimento necessário, pois é de vida (e de vida partilhada) que as nossas vidas se alimentam”- o sacerdote refere que este “é um momento de partilha”.
A visita terminará no dia 2 de fevereiro, dia do Consagrado e da Apresentação do Senhor no Templo, conhecido como dia das candeias ou das estrelas.
A Eucaristia que marca o encerramento da visita à Ouvidoria e à Ilha contará com a presença dos consagrados à vida religiosa com o “feliz terminus” do Ano da Vida Consagrada.
“É, ao mesmo tempo, um acontecimento de júbilo pela presença do Bispo Coadjutor Dom João Lavrador”, adianta ainda o ouvidor Adjunto de Ponta Delgada acrescentando que “Será uma forma de conhecimento mútuo, comunidades e pastor”.
A Imagem proveniente da Igreja da Ajuda da Bretanha seguiu em cortejo automóvel até Ponta Delgada, parando no Estabelecimento Prisional, onde ocorreu uma pequena celebração mariana, presidida por D. João Lavrador. Seguiu para o Campo de São Francisco para uma saudação popular dirigida pelo ouvidor Cónego José de Medeiros Constância que destacou o sentido desta visita: “acolher a imagem de Nossa Senhora Peregrina é acolher a mensagem evangélica da Oração e Penitência” e com ela “o peregrino que A acompanha desde a 1ª hora que ela chegou à nossa Diocese, o nosso Bispo Coadjutor D. João Evangelista Lavrador”.
“Aqui, junto a esta Igreja Jubilar, tão querida de todos nós, podemos pensar e ouvir o Jesus Sofredor , o Santo Cristo que depois pregado na Cruz disse a São João : filho, aqui, no nosso caso, filhos e filhas eis a vossa mãe e a Ela Maria eis os vossos filhos” sublinhou o Cónego José de Medeiros Constância.
Depois fez a analogia entre a visita de Maria à Prima Isabel e a Visita à ouvidoria da Virgem Peregrina: “que esta visitação à nossa Diocese, que esta visita à nossa Ouvidoria seja uma hora de perdão e de misericórdia que nos faça profetas da graça e não da desgraça”.
Do Campo de São Francisco, a Imagem saíu em procissão de velas até à Igreja de Nossa Senhora de Fátima onde permanecerá até ao fim da visita, cumprindo a orientação diocesana definida no principio da visita aos Açores de que a Imagem ficaria sempre ou na igreja jubilar ou numa igreja dedicada a Nossa Senhora. De resto assim aconteceu na ilha de Santa Maria, na Ouvidoria da Povoação na ilha de São Miguel e acontecerá também pelo menos, no Faial e na ilha Terceira.
Durante a estada da Imagem, os vários movimentos da ouvidoria, crianças da catequese e comunidades paroquiais seguirão em peregrinação até à Igreja de Nossa Senhora de Fátima para prestar homenagem à Virgem Peregrina.
(Notícia atualizada às 22h00)