Imagem da Virgem Peregrina visita Estabelecimento Prisional de Angra do Heroísmo

Bispo Coadjutor lembra aos reclusos que Deus não desiste deles

O Bispo Coadjutor de Angra disse esta tarde aos reclusos do Estabelecimento Prisional de Angra que apesar dos problemas “Deus nunca desiste de nós”.

“A medida com que Deus nos olha não é a mesma com que nos olham algumas instituições” disse D. João Lavrador durante a celebração da palavra no ginásio do EP de Angra, diante de cerca de 100 reclusos. Entre eles encontrava-se uma família jovem cujo filho já nasceu durante o período de reclusão e que hoje, diante de Nossa Senhora, permaneceu junta.

“Deus olha sempre para nós a partir das possibilidades que temos e nunca só para o momento atual”, disse o prelado deixando a ideia de que ninguém é descartável.

O prelado lembrou, no entanto, que às vezes é preciso saber esperar.

“O Deus da misericórdia é paciente e nunca desiste de nós porque acredita naquilo que podemos vir a ser e não nos julga pelo que somos”, disse o prelado desafiando os reclusos a repensarem o seu projecto de vida e a “nunca desistirem de sonhar e de enveredar por outros caminhos na sociedade”.

“Olhar para vós faz-nos viver a Quaresma de outra maneira porque todos somos pecadores e precisamos de libertação e salvação”, concluiu o Bispo Coadjutor de Angra que, pela segunda vez, celebra no Estabelecimento prisional de Angra.

Este Estabelecimento é o maior dos Açores, conta com 151 reclusos e é uma das cadeias dos Açores onde se faz pastoral penitenciária. A equipa diocesana é composta por 12 voluntários, 4 deles são seminaristas que todas as semanas, às sábados, promovem encontros de grupo seguido da celebração da Eucaristia.

Fernanda Evangelho é a líder desse grupo sendo uma das visutadoras mais antigas do país. Há 45 anos que lida com reclusos e , neste momento, reconhece que a mudança para as novas instalações não tem sido fácil.

“É um espaço maior, com menos mobilidade e sobretudo com gente muito diferenciadas e isso naturalmente que nos colcoa novos desafios a todos”, disse ao Sítio Igreja Açores destacando que “o que estes homens precisam é de uma palavra de conforto e sobretudo de alguém que os oiça e os ajude a refletir sobre a sua conduta”.

Atualmente neste estabelecimento prisional estão também presas seis mulheres, uma deles com um bébé já nascido em período de reclusão.

A maioria dos reclusos não é natural da ilha Terceira.

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