Primeira celebração do culto da Imaculada Conceição decorreu no dia 8 de dezembro de 1320, em Coimbra, e consagrou-se com a coroação da Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha e Padroeira de Portugal durante as cortes de 1646
A solenidade da Imaculada Conceição, que a Igreja Católica assinala anualmente a 8 de dezembro, é feriado nacional em Portugal, um reconhecimento à importância desta data na espiritualidade e identidade do país.
O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi proclamado a 8 de dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, de Pio IX, que declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado original.
“Esta solenidade prepara o nascimento de Jesus Cristo e é um programa muito importante porque tudo começa e acaba numa grande história de amor” afirma o padre Hélder Miranda Alexandre.
“Maria inscreve-se numa história de salvação e fá-lo da forma mais bonita de todas, como Mãe do Salvador, e como aquela que está disponível sempre para ele, sem condições”, refere o sacerdote sublinhando que ao preparamos o presépio, “cada um de forma pessoal e em família tem de fazer um caminho diferente”.
A primeira celebração do culto da Imaculada Conceição aconteceu na Sé Velha de Coimbra, no dia 8 de dezembro de 1320.
A ligação entre Portugal e a Imaculada Conceição ganha destaque em 1385, quando as tropas comandadas por D. Nuno Alvares Pereira derrotaram o exército castelhano e os seus aliados, na batalha de Aljubarrota.
Em honra a esta vitória, o Santo Condestável fundou a igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Vila Viçosa, e fez consagrar aquele templo a Nossa Senhora da Conceição.
A antiga igreja de Nossa Senhora do Castelo, espaço onde se ergue atualmente o santuário nacional, afirmou-se nos finais do século XIV como um sinal desta devoção, em toda a Península Ibérica.
Depois, deu-se durante o movimento de restauração da independência que acabou com o domínio castelhano em Portugal e que culminou com a coroação de D. João IV como rei de Portugal, a 15 de dezembro de 1640, no Terreiro do Paço, em Lisboa.
O mesmo D. João IV, atento a uma religiosidade que também já envolvera a construção de monumentos como o Mosteiro da Batalha, o Convento do Carmo e o Mosteiro da Conceição, coroou a Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha e Padroeira de Portugal durante as cortes de 1646.
No tempo de Advento, a Igreja celebra aquela que é um foco de luz e esperança no seio da noite. A vida de Maria, a mãe de Jesus é sinal da nova humanidade, liberta do pecado pela seiva que brota do seu Filho.
Nos Açores, tal como em toda a Igreja este dogma é celebrado, com particular destaque para cinco paróquias cuja invocação é a de Nossa Senhora da Conceição: Ribeira Grande e freguesias dos Mosteiros e Lomba da Fazenda, em São Miguel; Santa Cruz das Flores e Angra do Heroísmo, na paróquia que é ao mesmo tempo Santuário diocesano. É aqui que desde o passado dia 29 se vem preparando esta festa. A confraria de Nossa Senhora da Conceição, que retomou a sua atividade em 2003, e conta com 300 anos de vida é a principal promotora da festa. José Pimentel Dias, juíz da Confraria, lembra as dificuldades desta organização que “está muito envelhecida” e cuja atividade “foi muito limitada” nos últimos anos devido à pandemia”.
Este ano, a Confraria retomou a habitual feira do livro que decorre até dia 6 e animará quer a Vigília do dia 7 quer a última missa do dia da festa, às 19h00.
Esta segunda e terça feiras realizam-se os últimos dois dias da novena da Imaculada Conceição, no Santuário diocesano.