Igreja tem de ser “agente do tempo” para ser “o verdadeiro rosto da misericórdia”

Ouvidor das Capelas diz que conselho presbiteral foi um “alento” para o futuro

Os responsáveis pelas 16 ouvidorias da diocese de Angra estiveram reunidos esta manhã, em Angra, com os dois prelados diocesanos- D. António de Sousa Braga e D. João lavrador- para discutir e analisar em pormenor a ação concreta das ouvidorias, enquanto estruturas territoriais de governo diocesano.

Para trás ficam três dias de intenso debate em torno das questões programáticas e de ação da diocese e, na hora do balanço o ouvidor das Capelas refere que este Conselho foi “um alento” para o futuro deixando “pistas concretas do que deve ser a ação da igreja”.

“O diagnóstico que fizemos e as preocupações que trouxemos a esta reunião mostram uma igreja disponível para abraçar os problemas concretos das pessoas”, disse o Pe Horácio Dutra.

“Nós somos desafiados a ser agentes do tempo, isto é, termos tempo para ouvir, para confortar e para ajudar as pessoas” sublinhou ainda, pois “só assim seremos o verdadeiro rosto da misericórdia” junto “dos que sofrem” porque não têm trabalho, não têm saúde “ou simplesmente não têm esperança”.

É neste sentido que vai, também, o balanço feito pelo ouvidor da Lagoa, na ilha de São Miguel.

“Temos muita esperança nesta nova página que se abre, numa linha de fidelidade e renovação, de envolvimento dos leigos” destaca o Pe Pedro Coutinho que admite que “nem tudo hão de ser luzes mas ainda assim é bonito encararmos a vida na perspetiva de um compromisso sobretudo para com aqueles que menos têm”.

O ouvidor do Nordeste, pe Agostinho Lima refere, mesmo, que só assim “se conseguirá dar resposta ás aspirações das pessoas” e para isso adianta “temos de nos empenhar todos mais um pouco”.

O ouvidor dos Fenais da Vera Cruz, também na ilha de São Miguel, destaca esta necessidade, embora no terreno, já existam muitas respostas às problemáticas sociais. E avança mesmo com o exemplo do centro comunitário que existe na freguesia dos Fenais da Ajuda – Cais de Remar- orientado pela igreja, concretamente pelas Irmãs Doroteias e que “é um resposta e um exemplo de como devemos estar próximos das pessoas”.

“A igreja tem de estar presente no mundo social no mundo do trabalho e é isso que procuramos fazer”, acrescentou.

Nas Flores o desafio lançado por este Conselho Presbiteral prende-se com a “dinamização e mobilização das paróquias para um trabalho sócio caritativo”.

“Temos trabalho feito pelas misericórdias; precisamos agora de desenvolver este trabalho nas paróquias”, disse ao Sítio Igreja Açores o pe Ruben Sousa.

(Com Nuno Pacheco de Sousa)

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