A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) publicou hoje uma nota sobre o agravamento da pandemia de Covid-19 e o novo estado de emergência no país, apelando a “comportamentos responsáveis” da sociedade e das comunidades católicas.
“Dada a gravidade da situação, apelamos a todos para que adotem comportamentos responsáveis nos mais diversos setores da sua vida e atividade e respeitem as determinações das autoridades constituídas, com o objetivo de travar e controlar a vaga de contágios”, refere o documento, intitulado ‘Viver e celebrar a fé em tempo de pandemia’.
“Este comportamento responsável deve ser vivido após as celebrações litúrgicas mais festivas (Batizados, Comunhões, Crismas e Casamentos), evitando sempre as concentrações fora das igrejas e nas próprias casas”, acrescenta o texto.
Os bispos portugueses manifestam-se solidários com as “dificuldades e sofrimentos” dos cidadãos, mostrando-se “preocupados com o alastrar da Covid-19, com riscos agravados para a vida e saúde”.
A nota aborda as possíveis limitações às celebrações dominicais da Eucaristia e sessões de catequese, durante o novo estado de emergência, inclui a proibição de circulação em espaços e vias públicas em 121 (177, a partir de segunda-feira) concelhos, diariamente entre as 23h00 e as 05h00 e entre 13h00 às 05h00, de sábado para domingo e de domingo para segunda-feira.
“A impossibilidade de cumprir o preceito dominical não dispensa ninguém – nem mesmo quem não pode ou não deve sair de casa por motivos alheios à sua vontade – de cumprir o mandamento divino de santificar o dia do Senhor”, indica a CEP.
Os bispos apresentam alternativas como “participar na Eucaristia no sábado ou noutro dia da semana; realizar com amor os serviços da convivência familiar, sem descurar o conveniente repouso do corpo e do espírito; dedicar um tempo razoável à oração pessoal e, se possível, em família, com a leitura da Sagrada Escritura e outros exercícios de piedade; unir-se espiritualmente, se possível, a alguma celebração eucarística transmitida pela rádio, televisão ou internet; estabelecer contacto, pelos meios disponíveis, com familiares, amigos e conhecidos, privilegiando os que mais sofrem a doença ou a solidão; estar solidariamente atentos às necessidades e alegrias dos vizinhos”.
Em relação à catequese presencial, quando esta não for possível, a CEP pede aos catequistas para se manterem em contacto com os catequizandos e suas famílias e que, “grupo por grupo, vão avaliando as possibilidades de lhes proporcionarem este serviço”, por meios digitais e outros”.
“Em todo o caso, responsabilizem-se os pais pelo acompanhamento dos filhos durante eventuais sessões de catequese à distância para os ajudarem a concentrar-se nas mesmas e para esclarecer as incompreensões e dúvidas que os filhos possam ter; sem este envolvimento da família, a catequese por meios digitais será uma ilusão”, aponta o documento.
A CEP agradece o “trabalho dedicado e criativo” de sacerdotes, diáconos e agentes pastorais, ao serviço das comunidades, Instituições Particulares de Solidariedade Social e capelanias.
“Confiamos todos vós, as vossas famílias e as vossas comunidades ao amparo de Santa Maria, Senhora do Rosário de Fátima e Mãe da Igreja, pedindo, por sua intercessão, que o Senhor nos confirme na fé e na caridade, nos ajude a superar esta crise e a colaborar na construção de um mundo mais solidário e fraterno”, conclui o documento, aprovado hoje na Assembleia Plenária que decorre de forma presencial, em Fátima, e online, desde quarta-feira.
(Com Ecclesia)