Recolha e tratamento da informação histórica e patrimonial sobre as Igrejas na ilha das Flores já está feito e será disponibilizado ainda antes do inicio do verão para informação de turistas e visitantes
O crescente turismo na ilha das Flores e a necessidade de perpetuar a memória e valorizar o património religioso na ouvidoria mais ocidental do arquipélago dos Açores foram suficientes para mobilizar o Secretariado Permanente do Conselho Pastoral da ilha a realizar o “Roteiro da Fé no Ocidente”.
Trata-se de um conjunto de textos sobre 14 espaços religiosos da ilha que informam sobre a história, a monumentalidade, a arte e a estatuária ou informações sobre algumas peças de relevo em cada uma das igrejas ou ermidas, “chamando a atenção para o que existe naquele espaço de oração que é também um espaço onde se podem contemplar muitas coisas belas” refere António Maria Gonçalves, responsável pelo Conselho Pastoral da Ouvidoria e autor da maioria dos textos.
“Esta recolha que fiz resulta de um trabalho de pesquisa que sintetiza muito do que já se escreveu sobre cada uma das igrejas mas também alguma tradição oral e com a ajuda da Inteligência Artificial conseguimos também traduzir estes textos, que são simples e concisos, para inglês e francês, permitindo que os turistas possam contactar com esta informação” adianta António Maria Gonçalves.
“Todos os textos foram revistos por dois professores universitários- Filomena Fontes e Manuel de Sequeira– e estão devidamente validados em termos de conteúdos” refere ainda ao sublinhar que esta informação será disponibilizada através de um QRCode que existirá em cada igreja.
“Este QRCode, de cada vez que é descarregado, fornece informação sobre a igreja que está a ser visitada mas como tem um mapa sinalizando todas as Igrejas da ilha, a pessoa que o consulta poderá fazer as suas escolhas” refere ainda o responsável.
“Muitos turistas visitam a ilha e vão às igrejas. É bom que saibam a sua história e as suas características” explicita ainda lembrando que assim também se “preserva a memória dos antepassados que com tanto sacrifício construíram este património”.
“Considerando o valor arquitectónico dos nossos templos, esculturas sacras e todos os seus bens materiais ( alguns de bastante valor artístico) e percebendo que os mesmos além de espaços de recolhimento e oração (Casas de Deus), representam um legado cultural dos nossos antepassados resolvemos avançar e, naturalmente, contamos com o apoio das autarquias” precisa ainda António Maria Gonçalves.
Neste momento o projecto está em fase de acabamento com a sua projecção gráfica para que seja “interessante e apelativo”, refere ainda.
“Contamos, assim, manter valorizado (também por esta via e desta forma) o Património excecional dos nossos antepassados que com tanta fé e suor os criaram e, quiçá, criar novos momentos de encontro com Deus e com os Santos”.
Além dos textos sobre cada uma das Igrejas há também um texto de boas-vindas bem como uma espécie de anexo onde se explicam algumas palavras que por serem do domínio da religião, e terem várias traduções possíveis, podem não ser imediatamente compreendidas.