Iniciativa é desenvolvida pela Direção Regional da Cultura e reune 40 peças que fazem memória do património religioso
Rememorar corresponde à I Estação do ciclo de exposições Lugares do Sagrado, que tem como principal objetivo a valorização do património cultural de temática religiosa dos Açores, que se realizará entre 23 de abril e 24 de julho na Igreja de São Carlos, em Angra do Heroísmo.
“Cada exposição, designada como estação, pretende proporcionar ao público o contacto com bens culturais de interesse relevante, enquanto realizações promovidas pelas várias comunidades ao longo dos séculos, abordando, não apenas a sua dimensão estética, mas também, e necessariamente, as questões da espiritualidade católica” refere uma nota da organização, a Direção Regional de Cultura.
Esta I estação, concebida para o espaço da Igreja de São Carlos Borromeu de Angra do Heroísmo, é o resultado de um trabalho de seleção de objetos com relevante valor simbólico e artístico para a comunidade de São Carlos, e de um olhar contributivo para o conhecimento da obra de arquitetura contemporânea que constitui o imóvel da igreja, criação dos arquitetos Fernando Távora e José Bernardo Távora.
Sobre o imóvel, será apresentado um conjunto de documentação inédita relativa ao projeto, pertencente ao acervo da Fundação Instituto Marques da Silva, o mais importante repositório documental dedicado à obra de Fernando Távora.
Para a criação desta narrativa expositiva contribuem também alguns bens culturais cedidos temporariamente pelo Museu de Angra do Heroísmo, pela Fábrica da Igreja Paroquial da Sé de Angra e pela Irmandade do Espírito Santo de São Carlos, “num discurso estruturado numa revisitação da memória histórica das vivências espirituais da comunidade radicada em torno do Caminho do Meio, a qual encontra raízes desde os inícios do século XVII, aquando da fundação da Ermida de São Carlos por António Coelho de Carvalho (1575-†1646), Feitor da Alfândega de Angra.” Refere a nota da organização enviada ao sítio Igreja Açores.
Em exposição estarão patentes objetos de tipologias muito variadas, desde escultura e pintura, a objetos de artes decorativas, paramentaria ou espólio documental, associados a linguagens artísticas, que oscilam entre o tradicional e o contemporâneo, o popular e erudito, sendo comum a todos eles uma conexão espiritual e/ou religiosa, mais ou menos direta-.
Entre os objectivos da organização estão o desenvolvimento do conhecimento sobre o património arquitetónico e artístico religioso dos Açores, sublinhando a sua importância cultural; proporcionar um olhar sobre os objetos de culto católico e manifestações artísticas de temática religiosa, no contexto da visão do Mundo e da evolução cultural civilizacional e sensibilizae as populações para a proteção do seu património cultural, reforçando a sua relação afetiva para com o legado herdado dos seus antepassados, como testemunhos de Fé e da espiritualidade coletiva.
Logo a abrir existirá uma peça de Graça Costa Cabral e outra de Marco Machado; a parte I da exposição é dedicada ao acervo da ermida de São Carlos, desde a sua criação; a parte II relata uma narrativa desde a construção da nova Igreja até aos nossos dias. No total são 40 peças.
O acesso é livre; aos sábados entre as 10h00 e as 12h00 e entre as 15h00 e as 18h00; aos domingos, entre as 12h00 e as 13h00 e entre as 15h00 e as 18h00. Há também visitas guiadas que requerem prévia e que se poderão realizar de segunda a sexta, entre as 14h30 e as 16h30.
Associados a esta exposição existirão três momentos: a 28 de maio, pelas 18H30 o lançamento do catálogo da exposição, seguida de conferência pela Diretora do Serviço Diocesano para os Bens da Igreja Rute Gregório; a 11 de junho, também às 18h30 uma conversa sobre Ciência e Religião intitulada «A Partícula de Deus» e no dia 16 de julho, pelas 21h30, realiza-se um converto PMDS, no Recinto exterior da Igreja de São Carlos.