Edifício data do Século XVI
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário, na Achadinha, na ouvidoria do Nordeste, acaba de ser restaurada, quer ao nível do interior do edificio quer no que respeita à estatutária.
“O interior da igreja foi todo trabalhado, incluindo os altares e retábulos danificados com o tempo”, disse ao Sítio Igreja Açores Paulo Soares, museólogo e paroquiano desta comunidade da ilha de São Miguel.
Uma intervenção que se estendeu a “toda a estatutária exposta nos altares, bem como outras imagens que estavam na Sacristia, como os de Nª Sª da Paz e Sta Madalena, dos mais valiosos da igreja, que foram restaurados com métodos não invasivos, depois de sujeitos a análises laboratoriais, incluindo a pigmentos”.
Também foram alvo de intervenção “os móveis e madeiras de bancos, púlpito e tecto, envernizados e as paredes interiores pintadas”, avança ainda Paulo Soares.
Os trabalhos coordenados pela equipa de Paulo Brasil foram igualmente acompanhados pela Comissão Diocesana dos Bens Culturais da Igreja e suportada financeiramente quer pela Comissão Fanriqueira, quer por fundos do Governo Regional dos Açores, sem esquecer o “empenho e generosidade” dos paroquianos.
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário, edifício do séc. XVI, um dos mais antigos da ilha, tal como aconteceu com outros edifícios contemporâneos em outros lugares deste concelho, foi várias vezes remodelada, sendo as últimas intervenções de 1830, e posteriormente em 1882.
O templo tem o corpo principal dividido em três naves e o retábulo do altar-mor é de talha dourada, esculpida em 1734. Embora humilde, “esta talha engrinalda de forma vibrante este belo templo”.
Refira-se que levantamento do espólio desta igreja está concluído e o ano passado foi editado um cd rom com todo o trabalho desenvolvido pelo museólogo Paulo Soares que, neste momento, se prepara também para editar um artigo cientifico sobre a “Igreja da Achadinha: Fundação, construção, ampliações e arquitetura”.
A freguesia da Achadinha foi o lugar onde se deu o desembarque das tropas Liberais vindas da Terceira, no assalto final contra o último reduto Miguelista nos Açores, a 1 de agosto de 1831. Ao que consta, a população da freguesia terá recebido mal as tropas liberais.
O Padrão Histórico existente na freguesia foi erigido em 1957, com um azulejo retirado de uma pequena ermida dedicada a São Bento, que existiu anteriormente no local onde hoje figura a Igreja Paroquial de Nossa Senhora do Rosário.