D. Rui Valério e D. Daniel Henriques perspetivam nova missão, nas Forças Armadas e no Patriarcado de Lisboa, respetivamente
O Mosteiro dos Jerónimos vai acolher este domingo a ordenação episcopal de D. Rui Valério e D. Daniel Henriques, que em entrevista à Agência ECCLESIA perspetivam esta nova missão, nas Forças Armadas e no Patriarcado de Lisboa, respetivamente.
“Para o ministério episcopal não se deixa de levar a vivência e o olhar que foi sendo moldado pelo contacto com as pessoas”, explica à Agência ECCLESIA D. Daniel Henriques, nomeado pelo Papa Francisco como bispo auxiliar de Lisboa, admitindo que o mais difícil para si será deixar de ser pároco.
“Percebemos que se criam laços de amizade, afeição às pessoas que custa a deixar. Custou-me um pouco o deixar de ser pároco, é uma despedida para algo que gosto muito de fazer”, acrescenta.
Há dois anos na paróquia de Torres Vedras, D. Daniel Henriques estava “longe de imaginar” que o seu próximo ‘sim’ seria para ser bispo.
“Nunca demorei muito tempo a arrumar as malas ou a dispor-me a isso. Nunca escolhi para onde ir nem me candidatei a nenhum lugar. O que a Igreja me pede sempre foi encarado com muita naturalidade”, frisa.
A notícia da sua nomeação foi-lhe dada pelo cardeal-patriarca de Lisboa, “no intervalo de uma reunião”.
“Quem me deu a notícia é a pessoa com quem vou trabalhar. Conheço muito bem a equipa que vou integrar. A grande novidade é ser bispo, o resto é trabalhar”, admite.
D Rui Valério, que assume o Ordinariato Castrense, tem já a experiência de trabalhar com as Forças Armadas e de Segurança uma vez que foi capelão militar no Hospital da Marinha e na Escola Naval.
“Foi um dos meus primeiros amores, depois do meu regresso a Portugal, após estudos em Roma; nunca se esquece o primeiro amor. Para mim foi bem mais do que um trabalho”, recorda à Agência ECCLESIA o missionário monfortino.
A notícia da nomeação para bispo também chegou a D. Rui Valério por D. Manuel Clemente, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, e foi recebida com “completa e natural surpresa”.
“Nunca nos meus planos ou desejos houve lugar para pensar que um dia poderia ser chamado pela Igreja para desempenhar uma missão tão bela e significativa, mas tão exigente, como a de ser bispo e de uma diocese complexa como a das Forças Armadas e de Segurança”, assinala.
O novo responsável pelo Ordinariato Castrense afirma que ninguém se constrói sozinho e que, no seu percurso, fica devedor das paróquias por onde passou.
“Agrada-me pensar que na tomada de decisão o Papa Francisco olhou para as comunidades por onde passei. As comunidades têm para os sacerdotes uma postura que os leva a cultivar um estilo de proximidade e disponibilidade plena”, precisa.
A proximidade é a marca eleita pelos novos bispos para desempenhar as inéditas funções.
“Somos bispos numa época e contexto cultural muito específico. O desafio é conseguir que em cada encontro e experiência possamos anunciar Jesus Cristo, transformar pequenos momentos e imprevistos em autênticos encontros de encantamento com Jesus”, sugere D. Rui Valério.
Os novos bispos partilham há vários anos uma amizade e, enquanto vigários, encontravam-se mensalmente no Patriarcado de Lisboa.
A Missa com ordenações episcopais, sob a presidência do cardeal-patriarca de Lisboa, tem início às 16h00 de domingo, e vai ser transmitida, em direto, pelo Patriarcado de Lisboa (www.patriarcado-lisboa.pt e www.facebook.com/patriarcadolisboa).
D.Rui Valério foi nomeado por Francisco como bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, no dia 29 de outubro; antes, a 13 de outubro, o Papa designou D. Daniel Henriques como bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa.
(Com Ecclesia)