Conferência Episcopal Portuguesa sublinha importância da solidariedade e de apostar na prevenção de futuras tragédias
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) anunciou que as dioceses católicas vão promover um peditório nacional, a 2 de julho, para ajudar as vítimas dos incêndios que atingiram o país nos últimos dias e a que a diocese deAngra, também, não é indiferente.
“Pedimos a todas as comunidades cristãs, e a quem deseje associar-se, que além de outras iniciativas solidárias dediquem a oração, o sufrágio e o ofertório do primeiro domingo de julho a esta finalidade”, refere uma nota divulgada pelo porta-voz do episcopado, padre Manuel Barbosa.
O montante recolhido vai ser enviado para a Cáritas Portuguesa, “a fim de ser encaminhado, com brevidade, para aqueles que necessitam”.
A Cáritas já tinha avançado com a abertura de uma conta solidária – ‘Cáritas com Portugal abraça vítimas dos incêndios’ – (PT50 0035 0001 00200000 730 54), na Caixa Geral de Depósitos.
Numa carta enviada a todos os sacerdotes, o Vigário geral da diocese, Cónego Helder Fonseca Mendes, lembra que caso “não seja possivel o depósito” o produto da coleta pode ser enviado para a Cúria Diocesana que depois garantirá a chegada ao destino.
Os bispos católicos manifestam o seu “reconhecimento e apoio” aos bombeiros, às organizações de socorro e aos “numerosos” voluntários que estão no terreno e desenvolvem “todos os esforços para salvar vidas, minorar danos e evitar a perda de pessoas e bens”, mesmo à custa de “riscos pessoais”.
O fogo que começou este sábado numa área florestal em Escalos Fundeiros, em Pedrógão Grande (Distrito de Leiria, Diocese de Coimbra), e se alastrou aos municípios vizinhos de Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos, provocou até ao momento 64 mortos; há também mais de 160 feridos a registar e 150 famílias desalojadas.
“Nós, os bispos portugueses, acompanhamos com dor, preocupação solidária e oração a dramática situação dos incêndios, que provocaram numerosas vítimas e que estão a causar enorme devastação no país”, refere a nota da CEP.
Os bispos católicos deixam uma palavra de proximidade com a “dor dos que choram os seus familiares e amigos que perderam a vida, pedindo a Deus que os acolha junto de si”.
“Neste momento, em cada uma das nossas Igrejas diocesanas, sentimo-nos próximos e comprometidos com a situação dramática dos que sofrem”, observam os membros da CEP.
A nota sublinha a participação das comunidades cristãs, das Cáritas diocesanas, da Cáritas Portuguesa e de outras instituições eclesiais nos esforços de “acudir às vítimas, providenciar meios de primeira necessidade e colaborar no ressurgir da esperança, da solidariedade e do alento para reconstruir a vida, o alento e o futuro”.
A Conferência Episcopal Portuguesa tinha denunciado a 27 abril o “flagelo” dos incêndios e pedia a toda a sociedade que se mobilize para contrariar uma “chaga” de “proporções quase incontroláveis”.
Na nota pastoral ‘Cuidar da casa comum – prevenir e evitar os incêndios’, o episcopado católico defendeu que Portugal “tem sido de tal modo assolado por incêndios que estes se tornaram um autêntico flagelo com proporções quase incontroláveis”.
A CEP reforçou a necessidade de “medidas mais preventivas, concretas e concertadas” sobre uma “calamidade” que atinge Portugal “todos os anos”.
(Com Ecclesia)