Diretor diocesano das Comunicações Sociais refere importância da família no contexto da aprendizagem para os media

Igreja assinala Dia Mundial das Comunicações sociais e mensagem do Papa centra atenções no papel das famílias

A família “é o primeiro lugar onde aprendemos a comunicar” e a comunicação “tem de ser encarada para além das tecnologias de que hoje usufruímos para aproximar as pessoas”, disse esta manhã o Diretor do Serviço Diocesano para a Pastoral das Comunicações Sociais na diocese de Angra, Cónego Ricardo Henriques.

Na Eucaristia a que presidiu na Sé de Angra, este domingo o 49º Dia Mundial das Comunicações Sociais, o sacerdote lembrou a mensagem do Papa intitulada ‘Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor’, na qual coloca o “desafio” de “aprender de novo a narrar” para lembrar que é na família que “se aprende uma mensagem corpórea de abraço e de ternura “.

“A família é a comunidade comunicadora por excelência,  uma escola onde cada um aprende a ser ele mesmo e aprende a dizer-se aos outros tal como é”, disse o Cónego Ricardo Henriques.

Aliás, reforçou ” aprende a aceitar a ser chamado e  a ceitar os outros tal como eles são” porque ” talvez em nenhum outro espaço fora da família haja esta generosidade tão afirmada e tão vivenciada”.

Retomando depois a mensagem de Francisco, o responsável pelo serviço diocesano disse ainda que “cada um tem de aprender a dizer-se e revelar-se,  a contar e a contar-se”.

“Narramo-nos também pelo silêncio, pela atenção e pela escuta. Não querer escutar alguém é quase negar que existe. O que identifica o ser humano é a sua capacidade de comunicar”, concluiu o Cónego Ricardo Henriques, lembrando de novo as palavras do Santo Padre.

 

A Igreja Católica celebra este domingo o 49.º Dia Mundial das Comunicações Sociais com uma atenção particular aos desafios que o desenvolvimento dos media coloca à vida das famílias

“O Papa quer que a família esteja no centro da sua mensagem para a comunicação social como escola, lugar e modelo de comunicação dizendo concretamente que na família sentimos mais vivamente, que noutro ambiente qualquer, que a comunicação tem de ser incarnada, onde o corpo esteja presente”, comenta o cónego João Aguiar Campos, responsável nacional pelo Secretariado das Comunicações Sociais.

O responsável assinalou que depois de mensagens centradas nas potencialidades, no meio ou numa visão instrumental das tecnologias e do digital, este ano Francisco escreve que a comunicação para lá dos instrumentos tem de ser uma “mensagem corpórea, de toque, de abraço, uma mensagem de ternura”.

Neste contexto, o diretor do SNCS considera que o Papa apresenta a família como “comunidade comunicadora”, a ‘primeira escola’ onde as diferentes gerações aprendem o “essencial da comunicação”.

“Uma escola onde cada um pode ser ele mesmo e dizer-se aos outros tal como é e aceitar ou ser chamado a aceitar os outros tal como eles são. Parece que em nenhum outro espaço há esta generosidade tão afirmada”, desenvolveu o padre João Aguiar Campos.

O também presidente da Assembleia Geral da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã observa que se nega a “existência” a quem não se ouve, o que também é um “grande desafio que o Papa coloca”.

No contexto do DMCS 2015, o cónego João Aguiar Campos comenta os efeitos negativos e positivos dos media na família que através da rádio, televisão e jornais proporcionam “desafios e problemas”, mas também “enormes potencialidades de abertura ao mundo, à cultura e a perspetivas de vida”.

“O que me custa é que qualquer meio de comunicação entre em casa e seja o única que pode falar à vontade e os outros são mandados calar porque alguém quer ouvir falar aquele”, desenvolveu.

Sobre a presença da Igreja nos media em Portugal, o cónego João Campos Aguiar considera que se deve continuar a fazer por meios próprios, onde “é mais fácil passar a integridade”, mas também marcar presença nos “meios neutros”, com uma tiragem “que os meios próprios da Igreja não chegam a alcançar”.

O Dia Mundial das Comunicações Sociais, única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II (decreto ‘Inter Mirifica’, 1963), é celebrado no domingo que antecede o Pentecostes (17 de maio, em 2015).

Os donativos recolhidos nas celebrações dominicais revertem para os projetos do secretariado nacional e dos secretariados diocesanos do setor.

CR/Ecclesia

 

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