Bispo de Angra encerra II jornadas diocesanas de comunicação social
A Igreja nos Açores está disponível para servir de plataforma ao diálogo entre a comunicação social por forma a que esta seja uma ponte para a inclusão, disse esta tarde em Angra do Heroísmo o bispo de Angra.
No encerramento das II Jornadas diocesanas de Comunicação Social, D. João Lavrador afirmou que “perante a numerosa diversidade de meios de comunicação que estão ao dispor da sociedade açoriana, quisemos prestar este serviço para melhor nos conhecermos e melhor servirmos. A Igreja nos Açores dispõe-se a servir de plataforma para este diálogo e para este serviço”.
O prelado diocesano falou da importância da comunicação social e “da sua capacidade singular para intervir na cultura e nas mentalidades” sublinhando a “notória influência que as novas tecnologias e novas redes sociais têm no dia a dia das pessoas”.
Em sintonia com esta “nova configuração cultural” para a qual a comunicação social, nos seus diversos meios, tem uma importante intervenção, “a diocese de Angra propôs-se oferecer esta plataforma de diálogo entre todos os que são responsáveis e agentes da comunicação social na nossa Autonomia dos Açores”, disse ainda.
“Estamos perante um serviço que muito poderá ajudar a encontrar os caminhos que melhor possam servir a pessoa humana e a sua dignidade e o bem da sociedade” garantiu o prelado.
O tema que orientou a reflexão e diálogo «comunicação: uma ponte para a inclusão» “é da máxima importância numa sociedade com tantos contrastes, assimetrias, rivalidades, violências, que gera tantas exclusões sejam económicas, culturais, sociais e religiosas”, salientou o bispo de Angra.
Por isso, frisou “a misericórdia não se restringe a ser uma proposta religiosa mas sim uma categoria de relação social e de interferência cultural”.
“Actuar com misericórdia e impregnar a cultura de misericórdia é devolver ao ser humano a profundidade do seu ser criado para a comunhão e realizado através da entrega generosa ao bem, à verdade, à beleza e ao amor”, disse ainda.
“Só a misericórdia torna grande o coração de quem é misericordioso e só através da misericórdia se restitui ao ser humano a dignidade que através da pura justiça nunca alcançará”, precisou.
“Estamos numa sociedade cujas pessoas têm necessidade de serem ouvidas, ou melhor de encontrar alguém que as escute. Não será esta a atitude mais sublime duma sociedade democrática? Aquela que escuta, que dialoga, que promove e que cria relações fraternas ?” disse o responsável pela igreja insular que não tem dúvidas de que a comunicação serve para criar pontes para tornar a sociedade mais humana.
As jornadas de comunicação realizaram-se esta sexta feira em Angra do Heroísmo, no Seminário Episcopal, e reuniram especialistas da comunicação, jornalistas e investigadores em torno de uma comunicação mais inclusiva que tenha por base os valores humanistas.