“Identidade” e “modelo de intervenção social” da diocese preocupam a Comissão Justiça e Paz e a pastoral social na chegada do novo bispo

 

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Francisco Maduro Dias e Piedade Lalanda afirmam ao Igreja Açores que as expectativas são grandes, sobretudo depois de um ano em sede vacante

A chegada de um novo bispo é “um momento” para a diocese “se conhecer e se apresentar” afirma Francisco Maduro Dias, presidente da Comissão Diocesana Justiça e Paz, em declarações ao Igreja Açores.

“Quando alguém chega é preciso que alguém pergunte e nós que já cá estamos, estejamos disponíveis para dizer” afirma o historiador jogando com as palavras , mas procurando um grande simbolismo no que diz.

“Temos de esperar para ver e conhecer os projectos, as ideias, que pensamento tem e em que moldes trabalha para depois podermos emitir uma opinião, mas uma coisa é certa: nós só nos conhecemos quando fazemos um exercício de comparação”, refere ao salientar que a Comissão Justiça e Paz também tem  de “ser repensada”.

“Temos de refletir de que Comissão Justiça e Paz estas ilhas precisam; não se trata de ser uma caixa de ressonância da Comissão Nacional nem de copiar ou ser exatamente diferente. A comissão Justiça e Paz é importante como voz mas tem de ter uma voz própria” adequada e “sintonizada” com a realidade em que se insere.

Já Piedade Lalanda que lidera o Serviço Diocesano da Pastoral Social dá as boas-vindas ao novo bispo, cuja escolha deixou a equipa “satisfeita”, mas há preocupações que estão a pesar.

“Ao longo destes cinco anos verificamos uma certa inércia da igreja na pastoral social; temos de ser capazes de organizar este rosto da igreja de forma diferente” refere também em declarações ao Sítio Igreja Açores.

“A Igreja precisa dos seus líderes, dos seus pastores e o que nós precisamos do Senhor bispo é que nos ajude a organizar de forma diversa a pastoral social diocesana, criando um organismo que seja consultor da diocese, para as questões sociais mas, ao mesmo tempo, possa coordenar a ação social dos movimentos e da pastoral social da Igreja”, acrescentou.

“É urgente que se juntem os vários contributos da ação social da Igreja- Cáritas, Vicentinos e outros- de forma a que se conheçam melhor e, juntos, possam agir melhor, para potenciar os recursos existentes” disse ainda.

Recorde-se que a Pastoral Social elaborou um protocolo de atuação para a harmonização da acção social das paróquias mas são poucas as que seguem este guião.

Os Açores são considerados a região mais pobre de Portugal com 28,2% de pessoas pobres. É também nos Açores que existe uma maior desigualdade na distribuição dos rendimentos. O maior nível de exclusão social regista-se igualmente na Região , só ficando atrás da Madeira.

Nos próximos dias, antes da entrada do novo bispo, o Sítio Igreja Açores percorrerá os vários serviços e movimentos procurando auscultar as expetativas e os desafios que a chegada de um novo bispo à diocese estão a suscitar.

D. Armando Esteves Domingues entra na diocese no dia 15 de janeiro, numa celebração que começa às 16h00, junto à Igreja da Misericórdia de Angra; segue depois em cortejo processional pelas ruas Direita e da Sé, em Angra do Heroísmo, e na Catedral celebrará pela primeira vez. Além do clero das diferentes ilhas, a cerimónia de entrada do novo bispo contará com a presença de vários bispos diocesanos da Conferência Episcopal Portuguesa bem como sacerdotes das dioceses continentais onde serviu de forma mais próxima nomeadamente Viseu e Porto, bem como da sua diocese de nascimento, Portalegre- Castelo Branco.

D.Armando Esteves Domingues é natural de Oleiros e antes de ser nomeado bispo de Angra era bispo auxiliar do Porto, desde 2018.09

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