Administrador Diocesano sublinha presença de Maria junto à cruz, que deve ser entendida não como “um funeral” mas como “um parto”
O cónego Hélder Fonseca Mendes presidiu este sábado à festa litúrgica de Nossa Senhora do Carmo, na Horta, que nos recorda Maria aos pés da cruz, e sublinhou que esse “deve ser o lugar de cada cristão”.
A partir da liturgia, que nos lembra que naquele momento recebemos Maria como Mãe, o sacerdote recorda que tal como o discipulo todos passamos a ser filhos amados.
O que o evangelista descreve “não é uma morte seguida de um funeral mas um parto: quando Jesus entrega o discípulo à mãe e a mãe ao discípulo nasce uma nova categoria de filhos, nascem novas relações, novas pessoas e novos discípulos. Esta é a nossa herança” referiu o Administrador Diocesano na homilia da Missa na qual concelebraram vários sacerdotes e participaram confrades carmelitas da Horta e do Pico.
Desde os primeiros séculos do cristianismo Maria foi reconhecida e venerada como Mãe da Igreja, aquela que caminha com seus filhos, os protege e os ensina como chegar até Jesus. Por isso, lembra o sacerdote, “diante desta Imagem de Nossa Senhora do Carmo devemos sentir-nos como discípulos e reconhecermos que temos uma mãe e tal com Ela conseguiu passar a provação da solidão, quando esteve junto à cruz do filho, sem consolo e sem aconchego, apenas amparada pela confiança e pela fé, também nós hoje somos convidados a experimentar essa confiança e essa fé”.
“Maria é a mãe de todos, aquela que está sempre disponível para cuidar dos seus filhos, que está sempre presente”, disse.
“Por isso, diante desta imagem de Nossa Senhora do Carmo, que tem uma importância histórica entre nós, sintamo-nos como discípulos amados e sintamos a sua presença e protecção” referiu.
Sinal de cuidado materno é o santo escapulário, presente nesta imagem e que tantos carregam no peito, como sinal de proteção e amor maternal. Simbolicamente, o escapulário recorda a misericórdia de Deus para connosco.
A festa litúrgica de Nossa Senhora do Carmo, mãe da Ordem Carmelita, venerada desde o século XIII foi celebrada este sábado em toda a Igreja.
O nome de Nossa Senhora do Carmo está ligado à região do Monte Carmelo (em hebraico, “carmo” significa vinha; e “elo” significa senhor; portanto, “Vinha do Senhor”). Foi ali que os profetas Elias e Eliseu se refugiaram, tornando o lugar o cenário de um dos acontecimentos mais importantes do Antigo Testamento e onde se reuniram e construíram uma pequena capela em homenagem a Nossa Senhora. Eis o porquê do nome “Ordem dos Carmelitas”.
No final da Missa foi ainda descerrada na Igreja do Carmo uma placa evocativa de duas ilustres carmelitas faialenses Esther Branco e Maria Ester pelo trabalho em prol da causa Carmelita na ilha.
(Foto Fernando Manuel)