Por Renato Moura
Foi um ano. Vem outro, para quantos ficaram para contar. As vidas dos que foram deviam contar; e muito. Fizeram história, não apenas pelo exemplo, pelas boas iniciativas e realizações. Cada um ficará nos anais pela forma como foi capaz de conviver com as incompreensões e as rejeições; como sobreviveu no mar de adversidades profissionais, familiares, de saúde, religiosas.
Os que tivemos a humana sorte de por cá continuar, não podemos desperdiçar essas experiências de vida, para a condução dos nossos destinos e transmissão como ensinamentos. Todos os homens, mesmo os sem sorte de ser notáveis ou famosos, foram criados por Deus e desempenharam uma missão a não olvidar. Pudemos apreciar e valorizar a humildade, a paciência, a bondade, a diligência, a coragem, o espírito de justiça? Se temos a culpa de não o ter percebido em vida, façamo-lo agora.
Vem aí um novo ano. Para muitos o marco de “ano novo, vida nova”. “Para a frente é que é caminho” e assim não só em cada novo ano, mas em cada novo dia, sempre depararemos com dificuldades novas, problemas inesperados; encontraremos chaves para soluções, desafios motivadores, conquistas inexplicáveis, bênçãos apetecidas.
Dotados de inteligência, carregados de memórias, munidos de ensinamentos das escolas e da vida, temos o dever de perscrutar, perceber, traçar objectivos, programar, até onde as capacidades humanas chegam. De o fazer nos diferentes campos das nossas responsabilidades pessoais, sociais, privadas ou públicas. Mas o futuro está na mão de Deus.
Partimos na esperança da felicidade. Mas seremos sempre confrontados com as nossas circunstâncias e limitações, talvez nos sintamos desamparados, abandonados, ou acelerados pela ânsia de atingir. Para quantos têm o privilégio de acreditar num Deus, sabem que nada Lhe é impossível. Nele podem procurar luz para iluminar a escuridão das suas dúvidas, ver sinais de misericórdia, agarrar a confiança e a esperança.
Partilho, para reflexão, dois ensinamentos de Desmond Tutu, arcebispo sul-africano e Prémio Nobel da Paz em 1984, recentemente falecido: “Se ficamos neutros perante uma injustiça, escolhemos o lado do opressor” e “Faça o seu pouco de bem onde está, são esses pedaços de bem juntos que inundam o mundo”.
Façamos a nossa parte: utilizando as ferramentas disponíveis para desbloquear o pensamento, contribuindo para um salto de qualidade; em busca da verdade e da justiça, encontrando alegria naquilo que temos e em quanto pudermos alcançar e realizar. E há-de ser o que Deus quiser.
Solidário 2022.