O Papa disse hoje, no Vaticano, que a guerra é um “crime contra a humanidade”, no mundo contemporâneo, devido ao impacto dos conflitos atuais sobre populações e infraestruturas civis.
“Hoje, a guerra é, em si mesma, um crime contra a humanidade. Não esqueçamos isto: a guerra, em si mesma, é um crime contra a humanidade”, referiu, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação da oração do ângelus.
Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, Francisco começou por pedir orações por quem “quem sofre com a crueldade da guerra em tantas partes do mundo”, especialmente na Ucrânia, na Palestina e Israel.
“No início do ano, trocamos votos de paz, mas as armas continuaram a matar e a destruir”, lamentou.
“Rezemos para que aqueles que têm poder sobre estes conflitos reflitam sobre o facto de que a guerra não é o caminho para os resolver, porque semeia morte entre civis e destrói cidades e infraestruturas”.
O Papa sustentou que as populações “têm necessidade de paz, o mundo tem necessidade de paz”.
Francisco citou o padre Ibrahim Faltas, vigário da Custódia da Terra Santa em Jerusalém, para falar da necessidade de “educar para a paz”.
“Temos de educar para a paz. Vê-se que não temos ainda, na humanidade, uma educação tal que trave qualquer guerra”, advertiu.
“Rezemos sempre por esta graça: educar para a paz”, concluiu, ao despedir-se dos peregrinos.
Já no momento em que se dirigiu aos fiéis a partir da janela do Palácio Apostólico, Francisco afirmou que a fé é mais do que uma “teoria” e exige mais aos católicos do que o comportamento de um seguidor, nas redes sociais.
“O Senhor não quer fazer prosélitos, não quer ‘followers’ superficiais, mas pessoas que se questionam e se deixam interpelar pela sua Palavra. Portanto, para ser discípulo de Jesus, é preciso primeiro procurá-lo, ter um coração aberto, em busca, não saciado ou satisfeito”, indicou, perante cerca de 10 mil pessoas, reunidas na Praça de São Pedro para a recitação do ângelus.
Falando desde a janela do apartamento pontifício, Francisco sustentou que “a fé, em suma, não é uma teoria, mas um encontro, é ir ver onde o Senhor habita e morar com Ele”.
O Papa desafiou os presentes a recordar o seu “primeiro encontro com Jesus”, para fazer memória e “renovar a alegria de segui-lo”.
“O que significa ser discípulo de Jesus?”, perguntou, sugerindo três verbos: “procurar, morar, anunciar”.
Os primeiros discípulos, acrescentou, “não estavam em busca de notícias ou informações sobre Deus, nem sinais ou milagres, mas queriam encontrar o Messias”.
“Ainda somos discípulos apaixonados, procuramos o Senhor ou acomodamo-nos numa fé feita de hábitos? Moramos com Ele na oração, sabemos ficar em silêncio com Ele? E, enfim, sentimos a necessidade de partilhar, de anunciar esta beleza do encontro com o Senhor?”.
Após a oração, Francisco recordou as cheias que atingiram o oeste da Colômbia, onde um deslizamento de terras causou, pelo menos, 34 mortos.
“Não nos esqueçamos de rezar pelas vítimas do deslizamento de terras na Colômbia, que causou muitas mortes”, apelou.
(Com Ecclesia)