Grupos Corais da Fonte Bastardo e Porto Martins são `imperadores´ do Espírito Santo

Durante uma semana, as duas paróquias recebem as insígnias e no final todos os elementos do grupo são coroados

Os grupos corais das paróquias da Fonte Bastardo e de Porto Martins, na ilha terceira, são “imperadores” do Espírito Santo durante uma semana, informa uma nota enviada ao Igreja Açores.

Depois de terem tirado o pelouro dos impérios a que pertencem, na Fonte Bastardo e em Porto Martins, respetivamente, zonas que integram e vivem a tradição do Espírito Santo do Ramo Grande, diferente de todas as outras formas de celebrar este culto, os dois grupos corais dinamizam várias iniciativas com vista à vivência e aprofundamento do conhecimento deste culto.

Esta semana, o Grupo Coral da Fonte Bastardo organizou várias iniciativas de natureza religiosa e cultural que envolveu os diferentes movimentos da paróquia como a catequese, os iodosos e os jovens tendo sido convidados jovens de outros lugares.

As iniciativas durante a semana terminam com a oração do Terço. No próximo domingo, na missa haverá coroações estando todos os elementos do grupo convidados para serem coroados.

Na semana entre o Pentecostes e a Trindade, os dois domingos de bodo do espirito Santo, será a vez do Coral do Porto Martins assumir o Império, tendo já delineadas várias iniciativas de natureza cultural e religiosa. No dia da coroação, domingo da Trindade, a 12 de junho, serão distribuídas esmolas.

A zona do Ramo Grande, na ilha Terceira, é uma das mais dinâmicas na celebração deste culto, que aqui assume várias particularidades. Desde logo a figura do “Imperador”, papel atribuído no passado a uma criança pobre e cuja origem remonta ao século XIV com D. Dinis e a Rainha Santa Isabel.

Este culto do Espírito Santo , que se desenvolve sob a forma de império, possui uma forte carga profética e política, valorizando a expressão do Evangelho de que os últimos são os primeiros.

Durante cada semana das festividades veneram-se as insígnias do Divino Espirito Santo- a coroa, o ceptro e a bandeira-, que são colocados num altar construído na casa do imperador, que neste caso é  a Igreja paroquial, diante do qual se reza o terço .

As festas do Espírito Santo começam no domingo imediatamente a seguir à Páscoa tendo como ponto alto o domingo de Pentecostes e o da Trindade.

Na ilha Terceira, o culto do Espírito Santo está documentado desde 1492, data em que já se fazia o Império e se distribuía o bodo, no dia de Pentecostes, à porta de uma capela pertencente ao hospital do Espírito Santo.

A festa constava da missa do Espírito Santo, “coroação” e bodo e, se algum irmão da confraria “tomasse o império” sem ter meios para o desenvolver seria ajudado pelos restantes membros da irmandade.

Os primeiros bodos na ilha Terceira remontam aos finais do século XV.

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