Fundação Ajuda à Igreja que Sofre destina quatro milhões de euros aos cristãos deslocados do Iraque

Campanha contempla «presentes de Natal» para as crianças que fugiram do Estado Islâmico

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) vai começar uma campanha de ajuda humanitária, com quatro milhões de euros destinados a “12 projetos concretos” para cristãos iraquianos deslocados que fugiram do Estado Islâmico, informa uma nota da fundação a que o Sítio Igreja Açores teve acesso.

A fundação pontifícia decidiu, a nível internacional, “o envio imediato de uma ajuda de emergência de apoio a nível de alimentação, abrigo, educação, auxílio ao trabalho pastoral para os sacerdotes e irmãs, e que inclui, até, presentes de Natal para as crianças”, revela a organização em Portugal.

A AIS explica que a “aproximação do rigoroso inverno obriga a tomar decisões urgentes” e calcula que “cerca de 120 mil cristãos” estão deslocados depois de “terem sido expulsos” de suas casas pelos militantes do Estado Islâmico de Mossul e restantes cidades e aldeias na planície de Nínive, no Iraque.

Nesse sentido, a fundação revela que cerca de dois milhões de euros são destinados a oito escolas pré-fabricadas para Ankawa e Dohuk, “capazes de acolherem cerca de 15 mil crianças”.

Será, igualmente, apoiada a distribuição de alimentos para as comunidades deslocadas com um custo de cerca de 600 mil euros e a comparticipação “no alojamento de famílias” em 400 mil euros.

Com a proximidade do Natal as crianças também vão receber presentes como lápis, cadernos para colorir e livros catequéticos como as Bíblias para Crianças mas também roupa, casacos e meias.

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre conta com o apoio das estruturas locais da Igreja para esta iniciativa natalícia e disponibilizou “o equivalente a 295 mil euros”.

Nesta campanha de emergência estão ainda destinados “estipêndios de Missa para mais de 100 sacerdotes” que continuam a desenvolver o seu trabalho pastoral com os cristãos deslocados, num “valor global de mais de 😯 mil euros”.

Os 28 seminaristas do Seminário de São Pedro, em Ankawa, também vão receber cerca de 40 mil euros.

A fundação pontifícia informa ainda que vai atribuir uma “ajuda de emergência” às Irmãs do Sagrado Coração, deslocadas de Mossul, à Faculdade de Filosofia e Teologia em Ankawa, e apoiar a catequese de 20 paróquias “em toda a cidade de Bagdade”, no Iraque.

O padre Andrzej Halemba, responsável pelos projetos da AIS para o Médio Oriente, destacou que “esta é uma oportunidade única” para que estas comunidades sobrevivam “aos rigores do inverno”.

A ajuda é coordenada pelo arcebispo caldeu de Mossul, Amel Nona, “uma das cerca de 500 mil pessoas forçadas a fugir em Junho”, que também é o responsável pelo Comité de Emergência formado pelos bispos iraquianos.

A campanha de ajuda humanitária é considerada como “uma das maiores de sempre” nos 67 anos da fundação pontifícia e surge na sequência da visita de uma delegação da AIS às comunidades deslocadas que “vivem em campos de alojamento provisórios”.

 

Ecclesia

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