Papa presidiu a ordenação episcopal de D. José Avelino Bettencourt, prelado luso-canadiano
O Papa presidiu hoje à ordenação episcopal de D. José Avelino Bettencourt, prelado luso-canadiano, de origem açoriana, e de outros dois bispos, a quem pediu que fujam dos negócios, da política e da mundanidade.
“Vós, irmãos caríssimos, eleito pelo Senhor, refleti que fostes escolhidos entre os homens e para os homens fostes constituído nas coisas que dizem respeito a Deus. Não para outras coisas, não para negócios, não para a mundanidade, não para a política”, sublinhou Francisco, na homilia da Missa a que presidiu na Basílica de São Pedro, no dia em que a Igreja Católica celebra a solenidade litúrgica de São José.
Além do prelado nascido na ilha de São Jorge, novo núncio apostólico (representante diplomático da Santa Sé) na Arménia e na Geórgia, foram ordenados bispos D. Waldemar Stanislaw Sommertag, da Polónia, novo núncio na Nicarágua; e D. Alfred Xuereb, de Malta, novo núncio na Coreia e Mongólia.
O Papa recordou aos três bispos que o episcopado é “o nome de um serviço, não de uma honra”.
“Fugi da tentação de vos tornardes príncipes”, pediu.
Francisco disse depois que “a primeira missão do bispo é a oração”, sublinhando que “um bispo que não reza não cumpre o seu dever, não corresponde à sua vocação”.
A celebração na Basílica do Vaticano é acompanhada por uma comitiva açoriana, com a presença, entre outros, do vigário-geral da Diocese de Angra, Cónego Hélder Fonseca Mendes.
O Papa, que seguiu de perto a homilia do Pontifical Romano para estas celebrações, convidou os bispos a amar “com amor de pai e de irmão” todos os que Deus lhes confia, “antes de tudo os presbíteros”, seus colaboradores no ministério.
“Proximidade aos presbíteros: por favor, que possam encontrar-se com o bispo no próprio dia ou, no máximo, no dia a seguir”, exemplificou.
O rito da ordenação episcopal aconteceu depois da homilia, com a imposição das mãos, a entrega do anel, da mitra e do báculo, este um “símbolo do múnus de pastor”.
Na celebração participaram seis sacerdotes açorianos, que rumaram ao Vaticano expressamente para a ordenação: o Vigário Geral da diocese, Cónego Hélder Fonseca Mendes, em representação do bispo , o cónego Adriano Borges e os padres Hélio Soares, Dinis Silveira, Sérgio Mendonça e Bruno Espínola.
Para o Bispo de Angra esta ordenação é o reconhecimento das “qualidades pessoais e sacerdotais” de D. José Bettencourt
D. José Avelino Bettencourt, de 55 anos, era chefe de protocolo da Secretaria de Estado do Vaticano, desde 2012.
O novo prelado agradeceu a “grande confiança” do Papa e sublinha a “proximidade” de Francisco, neste seu percurso, que o vai levar a servir populações de outras nações.
A ordenação episcopal acontece no dia em que assinalam 5 anos do início oficial do atual pontificado.
O Papa atribuiu a D. José Avelino Bettencourt, simbolicamente, a titularidade da antiga diocese de Cittanova, no território da Croácia.
O novo núncio mostra “muita vontade de ir ao encontro de outros povos e servir a Igreja”.
D. José Avelino Bettencourt, diplomata de carreira da Santa Sé, é natural dos Açores, tendo acompanhado a sua família que emigrou para o Canadá, onde foi ordenado padre em 1993, fazendo parte do presbitério de Otava.
O sacerdote frequentou a Academia Eclesiástica em Roma, onde se formou em Direito Canónico, e entrou no serviço diplomático da Santa Sé em 1999.
Depois de ter trabalhado na representação diplomática da Santa Sé na República Democrática do Congo, D. José Bettencourt passou à secção para as relações com os Estados, do Vaticano.
Em 2013, D. José Bettencourt foi condecorado pelo presidente Aníbal Cavaco Silva com a Comenda da Ordem Militar de Cristo.
Nas suas novas funções como Núncio será o segundo de origem portuguesa e o primeiro açoriano a desempenhar o papel de representante diplomático máximo da Santa Sé fora do Vaticano.
(Com Ecclesia e Vatican News)