Por Renato Moura
Tendo por princípio a aproximação às pessoas e por carácter a humildade, o Papa Francisco fala português na sua mensagem antes da vinda a Portugal e socorre-se do Profeta Isaías para afirmar “Sou um pecador entre pecadores, um homem de lábios impuros, que habita no meio de um povo de lábios impuros”.
Este Papa que olha o sofrimento das pessoas, as carências do povo, que se aproxima dos excluídos e dos marginalizados, pratica a tolerância e a fraternidade, não fala de cátedra, não é um intelectual elitista, mas prefere educar com amizade e sinceridade, com simplicidade e suavidade. Pelo exemplo adquiriu autoridade moral para dizer o que diz e assim doutrinar com proveito. E ele acredita que a semente das suas palavras frutificará, basta que o terreno, que é cada um dos humanos e principalmente cada um dos cristãos, não seja árido.
Muito antes de sonhar ser Papa, ele salvou muitas vidas da morte e agora ocupa-se arduamente de mudar o mundo para melhor e de salvar almas. Agora Francisco demonstra compreender a humanidade dos erros e inspirado por Jesus transmite a esperança e o conforto do perdão divino. Como sempre num “rezem por mim” – que não é pessoal, mas pela missão – humildemente apela agora “Preciso da vossa união física e espiritual”.
Perfeitamente consciente, como se tem revelado, de todas as realidades, dos conflitos que ameaçam o mundo, da falta de paz, da agressividade dos políticos, persiste sempre e vem com o lema “Com Maria, peregrino na esperança e na paz”.
O nosso Papa olha as realidades sociais, que muitas delas são novas, procura compreendê-las e dar-lhes a resposta adequada, construindo uma Igreja que saiba encontrar as periferias todas (sejam elas geográficas, sociais, familiares, pessoais ou quaisquer outras) e partir delas e com elas para o centro da Igreja, não descartando ninguém, tal como Jesus não desprezou ninguém e até Se rodeou de homens simples que continuaram a Sua missão, apesar de também antes terem duvidado, fraquejado ou pecado. Ele conhece e desgosta-se com as resistências, sabe que a sua luta será longa, mas por isso constante, persistente e esperançosa.
Saibamos agradecer ao nosso Pontífice, por ele rezar, em Fátima, a Nossa Senhora, para que seja «o nosso refúgio e o caminho que nos conduzirá a Deus».
Rezemos por ele, como pessoa e como pastor, também por nos ter confessado e confortado com a plena consciência que tem, de que Jesus confiou aos seus cuidados “os irmãos e irmãs do mundo inteiro resgatados pelo Seu sangue, sem excluir ninguém”.