O Papa Francisco evocou hoje o “drama” das pessoas que habitam a Terra Santa, “especialmente as crianças e os seus pais” que, explicou, serem quem paga a “verdadeira fatura da guerra”.
“Ao contemplarmos Jesus, Deus feito homem, pequeno, pobre, indefeso, não podemos deixar de pensar no drama vivido pelos habitantes da Terra Santa, mostrando a estes nossos irmãos e irmãs, especialmente às crianças e aos seus pais, a nossa proximidade e o nosso apoio espiritual. São eles que pagam a verdadeira fatura da guerra”, afirmou Francisco, esta manhã, quando recebia as delegações que este ano oferecem o Presépio e da Árvore de Natal, da Praça de São Pedro e da sala Paulo VI.
Diante do presépio, o Papa, convidando a reviver o que “aconteceu há dois mil anos”, pediu duas atitudes: silêncio e oração.
“Isso deveria despertar em nós o desejo de silêncio e de oração, na nossa vida quotidiana muitas vezes agitada. Silêncio, para podermos escutar o que Jesus nos diz a partir dessa «cadeira» singular que é a manjedoura; a oração, para exprimir o espanto agradecido, a ternura, talvez as lágrimas que o presépio nos suscita. E em tudo isto, Maria é o nosso modelo: não diz nada, mas contempla e adora”, convidou.
O presépio montado na praça de São Pedro foi oferta de ‘Valle Reatina’, na Diocese italiana de Rieti, e a árvore de Natal, do vale de Maira, da Diocese de Saluzzo, no município de Macra, província de Cuneo, na Itália.
A cerimónia de inauguração do presépio e da iluminação da árvore de Natal está marcada para às 17h00 locais (menos duas horas nos Açores), na Praça São Pedro, e vai ser presidida pelo presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, o cardeal Fernando Vérgez Alzaga, onde vai participar também a irmã Raffaella Petrini, secretária Geral do Governatorato.
Como habitual, o Papa recebe as delegações provenientes dos locais de origem do abeto e do presépio, que decoram a Praça de São Pedro e a sala Paulo VI e saúda as autoridades civis e eclesiásticas.
O presépio montado na Praça de São Pedro evoca “o ambiente natalício do ano 1223 no Vale de Rieti, onde São Francisco parou”.
“A sua viagem à Terra Santa ainda estava viva na sua mente e as grutas de Greccio lembravam-lhe a paisagem de Belém. Por isso, pediu para representar a cena do Natal naquela pequena aldeia: muitos frades vieram de várias partes e chegaram também homens e mulheres das casas de campo da região, criando um presépio vivo. Assim nasceu a tradição do presépio tal como o entendemos”, apresentou Francisco.
Na Praça de São Pedro, junto ao presépio, “está a árvore, cujas luzes serão acesas esta noite (…) adornada com edelvais cultivados nas planícies, para proteger os que crescem no alto das montanhas”.
“Também esta é uma escolha que nos faz refletir, sublinhando a importância do cuidado da nossa casa comum: os pequenos gestos são essenciais na conversão ecológica, gestos de respeito e de gratidão pelos dons de Deus”, precisou.
A árvore e os presépios podem ser vistos até o final do período de Natal, que coincide com a Festa do Batismo do Senhor, dia 7 de janeiro de 2024, um domingo.
(Com Ecclesia)