Francisco anuncia nomes dos novos cardeais

Consistório marcado para 22 de fevereiro reforça internacionalidade do Colégio Cardinalício.

O Papa anunciou hoje a lista de 16 cardeais eleitores que vai criar no próximo consistório, o primeiro do pontificado, marcado para 22 de fevereiro, incluindo responsáveis da Cúria Romana e várias dioceses, vindos de 12 países.

 

Francisco decidiu ainda criar cardeais três arcebispos com mais de 80 anos, sem direito a voto num eventual Conclave.

 

“Como já tinha sido anunciado, no próximo dia 22 de fevereiro, festa da Cátedra de São Pedro, terei a alegria de promover um consistório, durante o qual nomearei 16 cardeais, pertencentes a 12 nações de todo o mundo, que representam a profunda ralação eclesial entre a Igreja de Roma e as outras Igrejas espalhadas pelo mundo”, disse, após a recitação da oração do ângelus, desde a janela do apartamento pontifício sobre a Praça de São Pedro.

 

Todos os cardeais foram convocados para uma reunião, entre 20 e 21 de fevereiro, para “refletir sobre o tema da família” e no dia 23 do mesmo mês o Papa vai presidir a uma celebração eucarística, com os novos cardeais.

 

A lista inclui vários dos mais diretos colaboradores de Francisco: D.Pietro Parolin, secretário de Estado; D. Lorenzo Baldisseri, secretário-geral do Sínodo dos Bispos; D. Gerhard Ludwig Műller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé; D. Beniamino Stella, prefeito da Congregação para o Clero.

 

O Papa vai criar 12 cardeais de dioceses de quatro continentes, dos quais apenas dois são europeus: D. Vincent Nichols, arcebispo de Westminster (Grã-Bretanha); D. Leopoldo José Brenes Solórzano, arcebispo de Manágua (Nicarágua); D. Gérald Cyprien Lacroix, arcebispo de Quebeque (Canadá); D.  Jean-Pierre Kutwa, arcebispo de Abidjan (Costa do Marfim); D. Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (Brasil); D. Gualtiero Bassetti, arcebispo de Perugia-Città della Pieve (Itália); D. Mario Aurelio Poli, arcebispo de Buenos Aires (Argentina), que sucedeu ao Papa nesta sede episcopal; D. Andrew Yeom Soo jung, arcebispo di Seul (Coreia do Sul); D. Ricardo Ezzati Andrello, arcebispo de Santiago (Chile); D. Philippe Nakellentuba Ouédraogo, arcebispo de Ouagadougou (Burquina Faso); D. Orlando B. Quevedo, arcebispo de Cotabato (Filipinas); D. Chibly Langlois, bispo de Les Cayes (Haiti).

 

Além dos novos eleitores do Colégio Cardinalício, Francisco decidiu criar cardeais três arcebispos eméritos que “se distinguiram pelo seu serviço à Santa Sé e à Igreja”: D. Loris Francesco Capovilla, antigo secretário de João XXIII; D. Fernando Sebastián Aguilar, arcebispo emérito de Pamplona (Espanha); D. Kelvin Edward Felix, arcebispo emérito de Castries (Santa Lúcia).

 

Fora da lista está, entre outros, o patriarca de Lisboa, que por privilégio concedido através de Bula Pontifícia deveria ser nomeado cardeal pelo Papa no primeiro consistório realizado após a sua elevação à sede diocesana.

 

D. Manuel Clemente foi nomeado como sucessor de D. José Policarpo a 18 de maio de 2013 e tomou posse a 6 de julho.

 

A decisão do Papa segue a tradição recente de não criar dois cardeais eleitores na mesma sede diocesana, dado que D. José Policarpo ainda não completou 80 anos de idade.

 

O padre Saturino Gomes, especialista em Direito Canónico, disse à Agência ECCLESIA, aquando do anúncio do consistório, no último mês de outubro, que Francisco deveria manter esta práxis, recordando que, na última cerimónia do género do pontificado de Bento XVI, “o patriarca de Veneza [D. Francesco Moraglia, também ausente desta lista, ndr] não foi nomeado cardeal porque o seu antecessor [cardeal Angelo Scola, nomeado arcebispo de Milão] não tinha atingido os 80 anos”.

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