Coroação e Missa de São João Baptista chamam fieis à Catedral de Angra
A Missa de São João Baptista no dia 24 de junho, pelas 11h00 e a Missa de Coroação no domingo, dia 28, pelas 12h30 são dois momentos de cariz religioso integrados nas Festas Sanjoaninas que arrancam esta sexta feira em Angra do Heroísmo, este ano dedicadas aos emigrantes açorianos.
Os dois serviços religiosos serão momentos “importantes” e revelam que a par da festa popular há um sentido religioso nestas festividades.
O principal momento será a Eucaristia do dia 24 , que invoca especialmente São João Baptista.
Contemporâneo e primo carnal de Jesus Cristo é considerado pelos Evangelistas como o último dos profetas no sentido cronológico.
Anuncia a vinda do Messias que O procede e, por isso, se denomina de Precursor.
Nasceu em Ein-Karen, cidade da Judeia, seis quilómetros a oeste de Jerusalém, cerca de seis meses antes de Jesus, onde se julga morava o casal Zacarias- -Isabel, ambos da ascendência de Aarão. Não deve ser, por isso, confundido com João Evangelista, o discípulo amado.
Teve por missão preparar a vinda do Messias com o apelo de: «Endireitai os caminhos do Senhor, aplanai as suas veredas»; «Fazei penitência que está próximo o reino de Deus». Dele disse Jesus: «… entre os filhos de mulher não há nenhum maior que João».
Diz a tradição que seus pais o haviam também posto a salvo da sanha de Herodes (o Grande), quando decretou que fossem degoladas todas as crianças com menos de dois anos. Confiaram-no aos cuidados dos essénios, espécie de monges, que viviam em comunidade no deserto, praticando vida austera, ao mesmo tempo que se dedicavam ao estudo das Escrituras. Assim se diz que João Baptista surge do deserto quando aparece a pregar e a batizar no Jordão.
Anunciava o milagre da conversão e denunciava as injustiças. Falava às multidões e dirigia-se sobretudo aos fariseus e saduceus, a quem chamava «raça de víboras» por não mostrarem sinais de arrependimento.
A festa da natividade de São João Baptista celebrava- se já nos primeiros séculos da Igreja e hoje muito mais populares celebram-se por todo o lado. Nos Açores além das Sanjoaninas da ilha terceira, o São João em Vila Franca do Campo também tem um significado muito grande.
Estas festas coincidem no tempo com o solstício de Verão. Estio, filho do Sol, como considerava a antiga mitologia, era a quadra risonha da abundância, em tempo de colheitas, o que combina com o adágio de “Junho, foicinha em punho”. Os gentios celebravam nesta altura a sua festa chamada “festa do fogo”, com danças, fogueiras, luminárias e outras expressões de regozijo.
A partir do século IV, a festa estendeu-se a alguns povos cristãos orientais a propósito da festa do nascimento de São João Baptista. Talvez, por isso, as fogueiras e os balões iluminados, que ainda hoje fazem parte das celebrações das festas em louvor de São João Baptista sejam resquícios desses tempos.
CR/Ecclesia