Festa em honra da Padroeira das Lajes das Flores atraiu crentes de toda a ilha

Inicio das celebrações jubilares da igreja Mariz marcado pelas solenidades de Nossa Senhora do Rosário

O Vigário Geral da Diocese de Angra, que presidiu às festividades em honra da padroeira das Lajes das Flores-Nossa Senhora do Rosário- exortou os cristãos a “não descansarem na fé” e a terem uma atitude de “vigilância”.

Estabelecendo um paralelismo entre os primeiros tempos do povoamento no grupo  ocidental dos Açores, em que a ameaça dos piratas e corsários era uma constante, o Pe Hélder Fonseca Mendes referiu que os cristãos hoje têm de ter uma atenção permanente aos “inimigos da fé”.

“Eles já não vêm do mar; os inimigos virão de terra, virão de dentro da Igreja, virão de dentro de nós próprios”, por isso, “temos de perceber de que mar é que nos vem a fé e também que piratas ou que corsários é que temos, e que podem constituir um atentado e um perigo à nossa vida, num tempo de rutura, em que a tradição é substituída pelo que é novo e exótico”, referiu o responsável diocesano.

As solenidades em honra da padroeira das Lajes coincidiram com a abertura das comemorações dos 500 anos de presença da igreja a ocidente, nomeadamente desta igreja Matriz das Lajes das Flores e, por isso, o Vigário Geral lembrou o significado especifico destas festas exortando os florentinos a “serem de novo agentes evangelizadores”.

“Não podemos descansar sobre um dado assimilado porque esta época que vivemos agora, os 500 anos depois da primeira evangelização, é uma época nova em que o evangelho tem de ser dito de novo pois a conversão já não vai acontecer por via do povoamento, mas por uma proposta pessoal em que as pessoas em vez de dizerem somos cristãos há 500 anos, hão de dizer felizmente sou cristão agora”, sublinhou o Pe Hélder Fonseca Mendes.

 

Reavivar a fé recebida é o tema do presente ano pastoral, que de resto deu mote a estas solenidades, nomeadamente no tríduo preparatório da festa, que terminou com a missa solene presidida pelo Vigário Geral, seguida da procissão.

A primeira evangelização na ilha das Flores, datada de 1515, teve como ponto de partida a edificação da primeira ermida da vila, junto ao porto,  dedicada ao Espírito Santo.

Os ataques permanentes dos piratas e corsários fez com que o templo ficasse destruído e, os cristãos, como sinal de fé, ergueram-no na vila, construindo a igreja que hoje é a Matriz das Lajes das Flores e que tem como principal orago Nossa Senhora do Rosário.

 

CR/Susana Soares

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