Serviço Diocesano da família participou este sábado em encontro nacional da pastoral familiar, em Fátima
As famílias têm que perceber o que representam para a Igreja e a Igreja tem de valorizar o dom que representa a família para a sociedade, afirmou esta tarde Anita Dias, do casal responsável na diocese de Angra pela Pastoral da família e laicado.
“A família é um bem decisivo para o futuro do mundo e da Igreja e estas palavras do papa Francisco exortam-nos a sermos Igrejas domésticas e inserem-se nesta caminhada sinodal num ambiente de comunhão, participação e missão”, afirmou a responsável sublinhando que há que ter “ consciência do que somos dentro da Igreja e que a Igreja nos deve valorizar naquilo que são os nossos dons, reconhecendo a família como protagonista da evangelização”.
Como? “Fazendo as coisas mais ordinárias da forma mais extraordinária”, afirma Anita Dias citando o conferencista Juan Ambrósio que foi um dos convidados do encontro nacional dos secretariados da família, que decorreu este sábado em Fátima.
“Não devemos nem podemos esperar soluções milagrosas; temos é de estar conscientes de que Cristo está connosco, que nós somos Igreja e como é que , cada um de nós, que é membro de uma família, pode fazer cada coisa do dia a dia pensando sempre no resto da família”, enfatiza destacando um exemplo simples.
“Se na hora da refeição o telemóvel ficar de fora já é um pequeno passo para dar espaço para que aquele seja o momento da família” concretiza lembrando que todos têm de ser contribuintes para esta “harmonia, participação e missão”.
“A ideia de que a sinodalidade é um caminho comum a toda a Igreja também se aplica à família e, quando se fala em família fala-se de um caminho que está a ser percorrido pelas famílias que fazem uma experiência lógica e prática na sinodalidade”, afirma por seu lado monsenhor José Constância.
“A família quase sem o saber, ou ter dele consciência, é convidada a fazer permanentemente um caminho sinodal na sua vida quotidiana: a vida partilhada, as decisões que são tomadas em conjunto… são efetivamente sinais de sinodalidade” refere o sacerdote sublinhando que “ a família traz o mundo à igreja. E a experiência da família é um testemunho para o mundo e para a Igreja”.
“ Nós temos muita sorte em termos famílias” salienta ainda monsenhor José Constância que pede algum realismo à pastoral familiar.
“Não devemos ser idealistas: a vida hoje é muito intensa e exigente. O tempo que cada família tem para estar junta, dialogar e comungar da sua vivência é já uma experiência que deve ser sublinhada”, afirma.
O sacerdote que defende a primazia da família como protagonista da pastoral familiar e pede mais testemunho no sentido da evangelização ser feita de forma mais próxima.
O Encontro nacional dos secretariados diocesanos acontece numa altura em que o mundo cristão vive o ano da famílias Amoris Laetitia, nome da exortação pós-sinodal escrita pelo Papa Francisco, a partir da qual foram desenvolvidas sete catequeses que já estão na diocese de Angra para servirem de itinerário espiritual das famílias insulares até à realização do Encontro Mundial de Famílias em junho, em Roma.
A partir dos materiais nacionais “vamos procurar alguns documentos nos Açores de forma a chegarmos a todas as ouvidorias”, refere ainda Anita Dias que promete durante os dias do encontro em Itália, pelo menos uma grande celebração diocesana.