Papa envia mensagem para evento comemorativo do 5.º aniversário da assinatura da declaração comum sobre a Fraternidade Humana, em Abu Dhabi
O Papa assinalou hoje o quinto aniversário do Documento sobre a Fraternidade Humana, assinado em Abu Dhabi, alertando para a falta de falta de solidariedade, que provoca “destruição do ambiente” e “degradação social”.
“Não podemos deixar de reconhecer os efeitos de uma ausência de solidariedade fraterna que se fazem sentir com demasiada intensidade nos homens e mulheres de todo o mundo e no nosso mundo natural. O impacto negativo da destruição do ambiente e da degradação social continua a causar imenso sofrimento a um grande número de irmãos e irmãs em todo o mundo”, refere o texto, divulgado pelo Vaticano.
A mensagem foi lida na Casa da Família Abraâmica, em Abu Dhabi, pelo cardeal Miguel Angel Ayuso Guixot, prefeito do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso (Santa Sé).
O evento comemorativo do Dia Internacional da Fraternidade Humana, proclamado pelas Nações Unidas em 2021, reuniu personalidades como o presidente de Timor-Leste e prémio Nobel da Paz, José Ramos Horta; Ouided Bouchamaoui, prémio Nobel da Paz 2015 com o Quarteto de Diálogo Nacional da Tunísia; Ma’ruf Amin, vice-presidente da República da Indonésia; e o ministro da Tolerância e Coexistência dos Emirados, xeque Nahyan bin Mubarak Al Nahyan.
Francisco considera “encorajador ver que o caminho de diálogo, amizade e estima mútua iniciado em Abu Dhabi há cinco anos continua a dar frutos”, convidando todos os responsáveis a unir a sua voz para “chamar a atenção para os princípios que podem guiar a humanidade através das sombras obscuras da injustiça, do ódio e da guerra”.
O Papa aponta a uma comunidade mundial com “maior solidariedade social” e “amor fraterno”.
Dirigindo-se a líderes políticos, sociais e religiosos de diferentes confissões, a mensagem saúda os três vencedores do Prémio Zayed 2024: as organizações indonésias Nahdlatul Ulama e Muhammadiyah, o cirurgião cardiovascular egípcio Magdi Yacoub e a irmã chilena Nelly León.
Francisco elogia quem se empenha com “amor tolerante pelos que são diferentes, a atenção genuína aos pobres e aos doentes, especialmente às crianças, e o desejo de ajudar na reabilitação dos presos e na sua reintegração na sociedade”.
Com uma resolução especial, as Nações Unidas declararam o dia 4 de fevereiro como Dia Internacional da Fraternidade Humana, em referência à data da assinatura histórica do “Documento sobre a Fraternidade Humana em prol da Paz Mundial e da Convivência Comum”, em Abu Dhabi.
“Pedimos a todos que deixem de usar as religiões para incitar o ódio, a violência, o extremismo e o fanatismo cego, e que se abstenham de usar o nome de Deus para justificar atos de assassinato, exílio, terrorismo e opressão”, refere o documento, firmado em 2019 pelo Papa Francisco e o grande imã de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb.
Al-Azhar é a mais conceituada instituição teológica e de instrução religiosa do Islão sunita no mundo e a mais antiga universidade islâmica, tendo sido construída em 969.
(Com Ecclesia e Vatican News)