Por Renato Moura
A SATA é uma companhia de aviação que opera nos Açores há dezenas de anos. Conhece os volumes de trafego e a sua evolução ao longo dos anos e decurso dos meses. Também conhece as particularidades de cada ilha e as limitações que lhes são impostas pelas condições atmosféricas habituais e pelas restrições das respectivas pistas de aviação.
A Região, que é proprietária da SATA, sempre propagou, através dos seus órgãos de governo próprio, que a empresa era fundamental para o desenvolvimento dos Açores e um meio indispensável para servir a população açoriana.
Não só em termos de ligações aéreas, as condições oferecidas à população são profundamente diferentes entre as diversas ilhas; e está muito longe de se ter feito tudo o quanto era possível para tentar melhorar as condições dos mais desfavorecidos. Há quatro ilhas que não têm qualquer ligação aérea directa com o Continente e assim sendo o que sempre tinha de ser feito era garantir aos passageiros dessas ilhas, pelo menos, ligações com o mínimo de escalas em outros aeroportos, com o mais reduzido tempo de espera e sempre no mesmo dia.
No caso das Flores, nas últimas semanas de Setembro, havia uma quantidade de voos para sair ou entrar, em aviões com poucos passageiros. Logo em início de Outubro reduziram-se drasticamente, a ponto de, por exemplo às terças-feiras, para chegar a Lisboa, se ter de embarcar às 13H15, ficar na Terceira 2H10, embarcar para S. Miguel, ficar lá mais 45 minutos, para chegar a Lisboa às 21h05, ou seja quase 8 horas depois.
Mas a completa indignação é quando por SMS simplesmente se informa o passageiro que a escala duma 3.ª feira, na Terceira, aumentou para 4 horas, mais tarde noutro SMS alterando a saída das Flores das 13H15 para as 17H00, em ambos os casos pondo em causa a ligação nesse dia para Lisboa, sem qualquer notificação, nesses SMS, de que isso aconteceria e sem indicação da alternativa para chegar a Lisboa num qualquer dia. E não teve a ver com questões atmosféricas.
Assume foros de escândalo proceder a alterações desta gravidade sem um resquício de respeito pelos interesses dos passageiros afectados; persistindo no habitual, sempre os das Flores.
E se elegêssemos deputados?
Enquanto isto soma e segue a dívida do Grupo SATA. A responsabilidade pelas más decisões internas, sejam elas de quem forem, são sempre da sua Administração. Depois são do Governo que nomeia e não destitui quem não realiza. São finalmente da Assembleia Legislativa que não cumpre com eficácia a função de fiscalização do Governo.