Presidente da República fala “em profunda tristeza e consternação”
O presidente da Assembleia da República portuguesa recebeu hoje, com “profunda tristeza e consternação”, a notícia da morte de Basílio do Nascimento, bispo de Baucau, rosto da independência de Timor-Leste e da “luta pela liberdade e pela democracia”.
“Foi com profunda tristeza e consternação que recebi a notícia do falecimento de D. Basílio do Nascimento, Bispo de Baucau. D. Basílio do Nascimento foi um dos principais rostos da independência de Timor-Leste, assim como da luta pela liberdade e pela democracia no País, valores e conquistas pelas quais nunca deixou de se bater”, lê-se mensagem de Eduardo Ferro Rodrigues.
Na nota, enviada à agência Lusa, o presidente do parlamento português sublinha que, “até ao último dos seus dias, D. Basílio do Nascimento esteve sempre com o povo timorense, que por ele nutria uma grande admiração”.
“Guardo na memória o encontro inesquecível que mantive com D. Basílio do Nascimento, em Timor-Leste, que me permitiu aferir da sua grande humanidade, simpatia e sentido de humor”, recorda.
Ferro Rodrigues apresentou à família e amigos de Basílio do Nascimento “sentidas condolências”, em seu nome do parlamento português.
O bispo de Baucau, a segunda maior cidade de Timor-Leste, Basílio do Nascimento, morreu hoje no Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV), na sequência de um ataque cardíaco, disse fonte da Igreja católica timorense à Lusa.
Basílio do Nascimento, natural do Suai, e que em junho completou 71 anos, tornou-se uma das vozes mais mediáticas do período antes do referendo de 1999, com os seus comentários sobre a situação em Timor-Leste a serem regularmente procurados por jornalistas, especialmente portugueses.
O prelado, que chefiou no passado a Conferência Episcopal Timorense (CET), sofreu o ataque cardíaco na cidade de Maliana, a sudoeste de Díli, de onde foi aerotransportado para a capital, acabando por falecer no HNGV.
Ordenado sacerdote em 1977, Basílio do Nascimento viveu em Paris até 1982, onde completou a sua formação académica, viajando nesse ano para Évora, onde foi pároco de Cano e Casa Branca (Sousel) e Santa Vitória do Ameixial (Estremoz).
Em outubro de 1994 regressou à sua diocese original, Díli, e a 30 de novembro de 1996 foi nomeado pelo então papa João Paulo II como Administrador Apostólico de Baucau e bispo de Septimunicia, passando a ser bispo titular da diocese, a segunda do país, desde 06 de março de 2004.
A 07 de dezembro de 1999 foi agraciado por Portugal com o grau de Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.
Tornou-se em 2011 o primeiro presidente da Conferência Episcopal Timorense, quando o então arcebispo Leopoldo Girelli, núncio apostólico de Timor-Leste, entregou aos bispos timorenses o decreto da Congregação para a Evangelização dos Povos, com o qual se declarou a criação da CET.
A morte do prelado timorense causou profunda consternação em Timor-Leste, com imagens do bispo a dominarem as redes sociais.
(Com Lusa)