O Papa disse hoje no Vaticano que falar a Deus como um “amigo” é o segredo para superar “medos e dúvidas”, sublinhando a necessidade de oração para esse discernimento.
“A oração é necessária para o discernimento espiritual, porque nos permite entrar em intimidade com o Senhor, ser seus amigos, e assim poder reconhecer o que lhe agrada. Esse relacionamento íntimo ou familiar com Deus também nos ajuda a remover os medos e dúvidas que podem perturbar os nossos corações”, sublinhou, na audiência pública semanal que decorreu na Praça de São Pedro.
Perante milhares de pessoas, Francisco assinalou que “é necessário ser amigos de Jesus, estar abertos à sua graça”, para que “superar as dificuldades e a segui-lo com alegria”.
“Sabemos que discernir não é fácil, porque não somos máquinas que recebem instruções e as executam, mas pessoas. E na vida das pessoas, muitas vezes, existem vários tipos de obstáculos, principalmente os afetivos”, acrescentou.
O Papa convidou a rezar com “simplicidade e familiaridade, como um amigo fala com outro amigo”.
“Deus é o Amigo fiel que nunca falha, que sempre se levanta ao nosso encontro, mesmo quando nos afastamos dele”, declarou.
Francisco deixou uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa, em particular ao Centro de Apoio e Reabilitação para Pessoas com Deficiência, da Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde, em Touguinha, que foram “agradecer a Deus por os ter salvo da Covid”.
“Queridos amigos, olhai sempre para a frente e não deixeis que o passado condicione a vossa vida. Trabalhai para conseguirdes as coisas que desejais. Juntamente convosco e os vossos entes queridos, peço à Bem-Aventurada Virgem Maria que cuide de todos e vos proteja”, afirmou.
Os 43 utentes do Centro de Apoio e Reabilitação para Pessoas com Deficiência (CARPD), equipamento social da Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde, estão em Roma entre 27 e 29 de setembro.
O Papa aludiu depois ao início, este sábado, do mês de outubro, “tradicionalmente dedicado a Nossa Senhora do Rosário”.
“Ao recitardes esta oração nas comunidades e nas famílias, confiais a Maria as vossas preocupações e as necessidades do mundo, especialmente a questão da paz”, referiu aos peregrinos.
Francisco pediu orações para “martirizada Ucrânia, que está a sofrer tanto”.
“Aquele pobre povo, tão cruelmente provado… Esta manhã pude falar com o cardeal Krajewski, que regressou da Ucrânia e me contou coisas terríveis. Pensemos na Ucrânia e rezemos por este povo martirizado”, concluiu.
(Com Ecclesia)