O Papa reforçou hoje, no Vaticano, os seus apelos à paz e à solidariedade com as vítimas da guerra na Ucrânia, pedindo que se moderem os gastos do Natal para as ajudar, com essa poupança.
“Renovemos a nossa proximidade ao martirizado povo ucraniano, perseverando na oração fervorosa por estes nossos irmãos e irmãs que tanto sofrem. Irmãos e irmãs, digo-vos: sofre-se tanto, na Ucrânia, tanto, tanto”, disse, no final da audiência pública semanal, que decorreu no Auditório Paulo VI.
Francisco referiu ser “bonito festejar o Natal, fazer a festa”, mas pediu que, este ano, se “reduza um pouco o nível dos gastos”.
“Façamos um Natal mais humilde, com presentes mais humildes, e enviemos o que pouparmos para a Ucrânia, que precisa. Sofre-se tanto, há fome, sentem frio, tantos morrem porque não têm médicos, enfermeiros”, declarou.
Não nos esqueçamos: Natal, sim, em paz com o Senhor. Mas com os ucranianos no coração, façamos esse gesto concreto por eles”.
Perante peregrinos de vários países, incluindo Portugal, Francisco convidou todos a “intensificar a preparação espiritual para o Natal, que já se aproxima”, rezando pelo “dom da paz, de que o mundo tanto precisa”.
“O Advento, tempo de espera do Natal, é tempo de partilha”, acrescentou.
“O Papa elogiou, em particular, a iniciativa da Cáritas da Polónia, que envolve as famílias locais na ajuda a pessoas afetadas por conflitos armados e crises humanas, em todo o mundo.
“Este ano, a ajuda será destinada também às famílias ucranianas. Encorajo-vos a perseverar na partilha com os necessitados”, declarou.
Francisco sublinhou que o Advento, tempo litúrgico que precede a celebração do Natal, no calendário católico, evoca uma “atitude fundamental” para os cristãos, “a vigilância”.
“Esperamos a vinda do Senhor e fazemo-lo permanecendo atentos aos nossos irmãos mais frágeis, que batem à porta do nosso coração. Assim, construímos a nossa vida com discernimento, em coerência com o Evangelho. Peçamos ao Senhor que nos mantenha vigilantes na humildade e na disponibilidade”, apelou.
O Papa indicou que, sem essa vigilância espiritual, “será muito forte o risco de que tudo se perca”, falando numa “verdadeira cilada do espírito maligno”.
“O demónio sabe trasvestir-se de anjo”, advertiu.
Francisco saudou os peregrinos de língua portuguesa, especialmente um grupo de jovens de Vila do Conde.
“Todos aguardamos com confiança a vinda do Senhor. Devemos perguntar-nos: permaneço vigilante nessa espera? Que Deus vos abençoe e vos proteja de todo o mal”, conclui.
(Com Ecclesia)