D. João Lavrador é o convidado do programa de rádio Igreja Açores
O bispo de Angra desafia os diocesanos a enfrentarem este período pandémico, provocado pelo COVID-19, a valorizarem o essencial e a viverem esta etapa com “serenidade, coragem e responsabilidade”. E, espera que “este jejum” acabe por “provocar muita fome de Deus”
“Creio e espero que este jejum pelo qual estamos a passar nos possa dar muita fome de vivência comunitária, da Eucaristia e de Deus”, afirmou D. João Lavrador ao programa de Rádio Igreja Açores que foi para o ar este domingo, depois do meio dia, no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores.
“Pensávamos que era tudo muito longínquo, mas isto diz respeito a todos nós e, o que fizermos por nós, estamos também a fazer pelos outros. Temos de seguir o que as autoridades de saúde nos aconselham e ficarmos em casa”, afirmou ainda.
Embora reconheça que quer para sacerdotes quer para os cristãos, em geral , é um período “muito difícil”, marcado pela privação, “temos de fazer este esforço, que é grande, e compreendo. É precisa serenidade; estes momentos por serem tão difíceis merecem uma serenidade redobrada”.
O bispo de Angra faz um elogio publico aos sacerdotes diocesanos que têm sabido tirar proveito das redes sociais para estarem próximos das suas comunidades.
“As pessoas têm que ter algum conforto; as igrejas devem estar abertas e, embora não haja celebrações com assembleia, todos têm sabido manter uma atividade serena e muito responsável junto das comunidades, e olhe que nem sempre é fácil, porque as redes sendo importantes às vezes, pelos seus tempos próprios, não dão grande espaço a que expliquemos o evangelho como deveria ser”, afirmou o bispo de Angra.
Acresce, sublinha, que através destas pequenas celebrações na rede as famílias, que estão juntas em casa, “podem reaprender a viver a fé de outra maneira”.
“Através da rede podemos ir criando um contacto mais intimo, com momentos de muita e profunda espiritualidade”, concluiu.
Nesta entrevista ao programa de rádio Igreja Açores o bispo fala ainda na disponibilização, por parte da diocese, de espaços diocesanos para servirem os profissionais de saúde neste momento de dificuldade e deixa um pedido aos comerciantes: que não “especulem os preços”.
“Que ninguém aproveite este tempo para especular; é um crime. Uma tentação desta natureza seria algo infame. Vamos ser humanos aqui estamos todos do mesmo lado, todos lutamos contra o mesmo inimigo comum”.
A entrevista ao bispo de Angra pode ser ouvida aqui.