A Vigília Mariana no dia 12 de maio, a exposição com a história do movimento no grupo oriental e o encontro de ilha a 25 de outubro são três momentos altos desta celebração
As Equipas de Nossa Senhora (ENS) do sector Oriental dos Açores, que engloba as ilhas de São Miguel e Santa Maria, estão a assinalar 50 anos de presença do movimento na Diocese de Angra.
E para comemorar o jubileu vão desenvolver uma série de iniciativas. A primeira realizou-se este fim de semana. O retiro anual serviu de ponto de partida para as comemorações que vão ter como pontos altos a vigília mariana no dia 12 de maio, na Igreja de Nossa Senhora de Fátima no Lajedo, em Ponta Delgada, e a exposição que está associada a este momento de oração. Trata-se de um desafio lançado a cada uma das nove equipas que formam o movimento na maior ilha do arquipélago no sentido de contarem a sua história através de “um testemunho vivo” que será afixado num quadro que ficará exposto na igreja de Nossa Senhora de Fátima até ao dia 25 de outubro. É neste dia de aniversário que a família das ENS aposta tudo.
“Queremos que seja um momento de grande presença das famílias ligadas ao movimento e por isso haverá certamente um empenho grande na preparação deste dia” disse Mário Jorge Cabral, atual coordenador diocesano das ENS, juntamente com a mulher, Ana Cabral, e com o Pe Vitor Arruda, conselheiro espiritual diocesano.
De resto, para este evento estão já convidados o prelado diocesano, D. António de Sousa Braga e o diretor do Serviço Diocesano de Apoio à Pastoral da Família, cónego José Medeiros Constância, como disse ao Sítio Igreja Açores o casal responsável pelas ENS do Grupo Oriental, Fernando e Ana Cabral.
“Estamos a tentar reorganizar algumas equipas na ilha, nomeadamente nas ouvidorias de Lagoa e Vila Franca do Campo, pois atualmente apenas temos equipas em Ponta Delgada e Ribeira Grande e deparamo-nos com o problema de algum envelhecimento”, disse ainda Ana Cabral.
Ainda assim, nada que preocupe o Conselheiro Espiritual das ENS do Grupo Oriental, Pe Fernando Teixeira.
“Além dos casais já existentes estão a aparecer outros casais novos, se calhar não ao ritmo que gostaríamos, mas é importante esta dinâmica porque ela é o fermento da renovação. É quase providencial e evangélica”, disse o sacerdote ao Sítio Igreja Açores.
“O ambiente que a igreja vive em torno da família também é propício a este dinamismo” sublinha o Pe Fernando Teixeira pois “obriga-nos a um maior compromisso sobretudo no encontro com as periferias e eu noto que este esforço está a ser feito por isso só posso estar muito contente”.
Neste âmbito, importa destacar um inquérito que está a ser desenvolvido a nível nacional e que foi distribuído por todas as dioceses no sentido de receber contributos para esta caminhada de fé das Equipas, em busca da santidade. As nove equipas do Sector Oriental foram instadas este domingo a responderem ao inquérito até ao final do mês de março e o mesmo deverá acontecer a nível da ilha Terceira.
Questionado sobre o grande desafio que se coloca ao movimento e às famílias em geral, o sacerdote que é pároco in solidum em duas das cinco paróquias da cidade de Ponta Delgada- Santa Clara e Nossa Senhora de Fátima- lembrou que o “testemunho e a capacidade de ação” continuam a ser “os grandes instrumentos e ao mesmo tempo os grandes desafios”.
“Se calhar temos de recuar no tempo para recuperarmos alguns valores. Falta-nos que os antigos contem a história da sua família, porque é que apesar das dificuldades materiais havia um espirito de comunhão acentuado para que os filhos e os netos aprendam esses valores e depois os enraízem sendo eles novos transmissores do verdadeiro espírito de família”, concluiu o sacerdote.
Apesar de estarem há mais tempo em São Miguel, as ENS têm hoje uma presença maior e mais dinâmica na ilha Terceira, onde existem 23 Equipas.
As Equipas de Nossa Senhora são um movimento de espiritualidade conjugal cujo objetivo é ajudar os casais a viver plenamente o seu sacramento do Matrimónio, anunciando ao mundo os valores do casamento cristão pela palavra e pelo testemunho de vida, assumindo-se como uma verdadeira escola de formação para casais cristãos unidos pelo sacramento do Matrimónio.
Apesar de não ser um movimento mariano, as ENS recebem o nome de Maria, colocando-se sob sua proteção.
As Equipas são constituídas por um número indicativo de 5 a 7 casais e um sacerdote, designado Conselheiro Espiritual. Reúnem-se mensalmente num encontro de oração, partilha e estudo de um tema de formação cristã, para se entreajudarem numa caminhada com Cristo.
O movimento das Equipas de Nossa Senhora está espalhado pelo mundo inteiro. Em Portugal o movimento existe há mais de 50 anos e encontra-se espalhado pelo continente, pelas ilhas (Madeira e Açores), África do Sul e África lusófona (Angola, Moçambique, Cabo Verde e S.Tomé e Príncipe). Em Janeiro de 2009 existiam 1.119 equipas totalizando 13.499 membros, 6.276 casais, 237 viúvos e 710 Conselheiros Espirituais.
O movimento foi criado em 1939, em Paris, por um jovem padre na Paróquia de Notre Damme, Henri Caffarel. Mas só em 1947, no final da II guerra ganhou consistência, criando-se uma estrutura concretizada numa “Regra”, plasmada na Carta das Equipas de Nossa Senhora.
Este documento resume a metodologia do Movimento, identificando as metas essenciais dos equipistas: vontade de viver o seu Matrimónio e de aprofundar a sua Fé, com a ajuda de uma Equipa.
A Carta propõe um certo número de meios entretanto testados: oração conjugal e familiar; diálogo conjugal mensal sob o olhar de Deus; reunião mensal de equipa para rezar e partilhar; regra de vida pessoal e retiro espiritual anual.
A primeira Equipa portuguesa foi a Porto 1, criada em 1957.