João Ponte tem 26 anos, é natural da Lagoa, na ilha de São Miguel e a missa de envio, presidida pelo Bispo de Angra, decorreu este domingo
Aos 26 anos de idade, João Ponte parte para o Sul de Espanha, para evangelizar, respondendo a uma missão do Caminho Neocatecumenal, a que pertence, “não por vontade própria – queria casar e ter filhos- mas porque percebi que o Senhor poderia ter outra coisa reservada para mim”.
Natural da Lagoa, na ilha de São Miguel, este engenheiro agrónomo é o segundo açoriano que integra missões do Caminho fora do país.
“A minha ida para a missão é puramente um esforço por deixar-me conduzir pelo Senhor, para que se faça na minha vida a Sua vontade”, disse ao Sítio Igreja Açores num pequeno testemunho acerca desta opção de vida.
João Ponte integra a comunidade neocatecumenal do Cabouco, ouvidoria da Lagoa e parte em missão, depois de ter estado integrado numa comunidade em Lisboa, que lhe foi destinada no convivio internacional em Madrid, já este ano.
Leigo ativo dentro da igreja- foi acolito e catequista- João Ponte sublinha que “foi depois de ter conhecido este novo carisma da Igreja” que a sua “relação pessoal com Deus mudou”.
“Através deste caminho e dos catequistas percebo que Deus tem um projeto para mim” e isso “tem-me ajudado a descobrir quem sou, para que vivo e a perceber e descobrir os enganos do demónio na minha vida”, frisa ainda João Ponte.
E, questiona: “se Ele aprendeu a obediência pelo sofrimento e morreu crucificado por mim, quem sou eu para não ter sofrimento algum? O segredo está em perceber o que o que Ele me quer dizer com esse acontecimento”, conclui.
Antes da partida, João Ponte ainda participará numa missa de despedida na sua comunidade neocatecumenal, em data ainda por definir.
“O Caminho Neocatecumenal ao ajudar os cristãos a fazerem uma verdadeira iniciação cristã faz com que muitos deles descubram também a sua vocação na Igreja” sublinha a nota da equipa de catequistas itinerante dos Açores ((liderada pelo Pe Angel e Lourenço Tourais) a que o Sítio Igreja Açores teve acesso, que refere que “a disponibilidade para a missão aparece nesta caminhada, sobretudo, como uma resposta agradecida às graças de Deus recebidas”.
É o segundo elemento que as comunidades neocatecumenais dos Açores dão para as missões evangelizadoras. Recordo que em setembro passado, uma açoriana de 25 anos, pertencente à comunidade de São josé, partiu para a Mongólia, para uma missão ad gentes.
O Caminho Neocatecumenal nasceu há 50 anos em Espanha, por iniciativa do pintor e músico Kiko Argüello e da missionária Carmen Hernández e é reconhecido pela Igreja Católica como “um itinerário de formação católica válido para a sociedade e os dias de hoje”, assente em três pilares fundamentais: a palavra de Deus, a Eucaristia e a vida em comunidade.
Atualmente o Caminho Neocatecumenal está implantado também em algumas nações tradicionalmente não cristãs, como China, Egito, Coreia do Sul e Japão.
No que respeita à missão ad gentes, o grupo católico conta atualmente com mais de 230 famílias a trabalharem em 52 cidades.
Nos Açores o Caminho Neocatecumenal entrou pela “ mão” de D. António de Sousa Braga, em 2004, e está “instalado” em sete paróquias onde existem 13 comunidades neocatecumenais, nas ilhas de São Miguel (7) e da Terceira(6) e a mais jovem no Pico.