Reunião máxima de dirigentes do CNE realiza-se entre 22 e 24 de março, na Lagoa, ilha de São Miguel
Os dirigentes do Corpo Nacional de Escutas (CNE), nos Açores, vão reunir-se durante três dias- entre 22 e 24 de março- na Lagoa, em São Miguel para discutir questões como o voluntariado, a cidadania e o empodoramento dos jovens. Trata-se de uma atividade que se realiza de quatro em quatro anos e que visa “capacitar e qualificar” os dirigentes escutistas no sentido de melhor responderem aos desafios colocados pela sociedade atual na relação com os jovens.
“Nós vivemos hoje um grande dilema que é a continua solicitação dos jovens para várias atividades e isso deixa-os perdidos e confusos. O que nós procuramos dizer na comunidade é que o nosso projecto educativo e de ação é um projecto integrado” afirmou ao sítio Igreja Açores Emília Lima, responsável pela formação na Junta Regional do CNE, que promove este encontro que tem por tema “Desbravar o futuro juntos?”
“Nós temos uma intencionalidade pedagógica e a nossa estratégia é uma estratégia de desenvolvimento global, que trata em simultâneo dimensões como o contacto com a natureza, o exercício físico, a reflexão religiosa, os valores de cidadania, entre outros e, por isso, não se trata de um ATL ou de uma atividade para os jovens passarem a tarde de sábado ou uma experiência de acampamento” referiu Emília Lima.
Este encontro formativo para dirigentes visa dar as ferramentas a quem lidera e tem de tomar decisões para melhor corresponderem a estes novos desafios e tem a particularidade de marcar o ínicio formal da comemoração do 100º aniversário do CNE nos Açores.
Depois da pandemia, o movimento procura agora renovar-se e a dirigente considera que a evolução mais recente “é muito positiva”.
“Este é um momento de reorganização do futuro” disse Emília Lima, lembrando que o escutismo é “um movimento seguro” que aposta numa “cultura de segurança” na relação com crianças e jovens.
Relativamente aos temas em destaque argumenta que se trata de assuntos ligados à missão do escutismo, que tem por base um modelo educativo não formal.
“O nosso projecto educativo do escutismo passa por desenvolver competências gerais e transversais nos jovens e temos evidencias que os miúdos que passam pelo escutismo desenvolvem competências para uma maior capacidade de resolução de questões profissionais e até de cidadania, gestão de conflitos, capacidade de risco, empatia, resiliência, entre outros” acrescenta a dirigente do CNE. Por isso, a formação permanente dos dirigentes e a sua requalificação em termos de competências “é muito importante”.
O encontro, que terá na abertura a presença do bispo de Angra, conta com a participação de dirigentes nacionais e pessoas com reconhecida intervenção na área da cidadania e voluntariado.
Ao todo serão 15 intervenientes em painel a acrescentar dois momentos de oficina sobre “Afetividade/Assertividade na comunicação, Sustentabilidade, Apoios financeiros e sustentabilidade dos agrupamentos ; O valor do Imaginário na atividade Escutista e a Dimensão Internacional das Atividades Escutistas”.
Haverá ainda 5 oficinas temáticas: “Animação e vivencia da fé; Prevenção e segurança nas atividades; Gestão e planeamento ao nível do Agrupamento; Diversidade e Inclusão no CNE – O valor da diferença e Ferramentas pedagógicas e recursos educativos”.