Pelo Cónego José Medeiros Constância*
Em Ponta Delgada e arredores o que acontece em Novembro é que ainda não chegou o Advento e por toda a parte já há sinais do Natal no comércio e indústria. Chegamos ao Advento e a sociedade no seu exterior e interior já está num Natal ruidoso de compras, luzes e comércio. O Natal é uma quadra muito querida às pessoas e às famílias, mas muito recheada de consumismo e materialismo.
De maneira que a pergunta central para nós cristãos é esta: Como viver o Advento e o Natal de uma maneira cristã? No nosso caso: como viver cristãmente o Natal em comunidades de uma Ouvidoria como Ponta Delgada que é urbana ou quase toda urbana?
Em primeiro lugar, vem-nos do Evangelho a certeza de que Cristo que ressuscitou e se tornou o Senhor , Nasceu. O Seu nascimento, a Sua Pessoa revolucionou o mundo na justiça e na fraternidade. Podemos afirmar a propósito do nascimento de Jesus hoje: 2018 anos que mudaram o mundo.
E hoje? Hoje, Jesus nasce? E o Cristianismo renasce?
Sim, a celebração do Seu nascimento nesta quadra do Natal deve constituir uma reflexão atual do humanismo radical que Ele trouxe pela sua Incarnação.
Tudo o que é humano deve ser assumido para ser redimido, isto é, temos que incarnar e tomar sério os problemas dos homens e mulheres do nosso meio e lutar pela libertação dos oprimidos hoje, aqui e agora.
Assim, Jesus nasce no cerne da sua mensagem que é praticada pela justiça que não se compadece com o mundo torto que temos. Jesus nasce identificado com todos os que são os “últimos”. Jesus nasce também na celebração alegre e sacramental que se faz neste tempo litúrgico do Natal, antecedido na esperança preparatória do Advento que pode tornar tudo diferente no sonho.
Jesus nasce. E o Cristianismo renasce neste Natal de 2018? Creio que sim, se não ficarmos na celebração de uma festa de calendário e no cumprimento de ritos sociais-religiosos que se praticam nesta altura, porque ainda consolam espiritualmente.
Na nossa Ouvidoria a grande tradição é a vivencia do Advento – Natal e Epifania com as celebrações próprias e festivas desta quadra, com a construção dos pequenos e grandes presépios nas casas e nas Igrejas e com a mobilização dos grupos sociais e atividades sócio-caritativas que se tornam mais presentes junto dos que mais sofrem.
*Ouvidor de Ponta Delgada