Pelo Diácono António Rocha
Rev Diácono,
Querido amigo Manuel,
Outrora do recôndito arquipélago açoriano, da ilha das Flores, partiste para o mundo e, ao longo destes 77 anos, construíste uma história de vida rica e enriquecedora. Do seminário dos Paulistas, ao Brasil, aos EUA, onde, bafejado pela sorte, dizias tu, encetaste um caminho de contacto e certa proximidade com inúmeras personalidades mundiais. Na Guest House pudeste ampliar horizontes e tocar uma condição de vida que muitos, humanamente falando, gostariam de experimentar.
À pouco mais de uma década, o sentido inverso, do mundo ao recôndito arquipélago açoriano, à ilha das Flores onde iniciaste e concluíste a formação visando a ordenação diaconal que se efetiva a quatro de outubro de 2008.
Como diácono em serviço, passaste pela Bretanha, S. José, Pico, prestaste assistência ao Monsenhor Cónego José Garcia, acompanhaste e cuidaste do Sr.º Dom Aurélio na última fase da sua vida, passaste pelo Paço Episcopal de Angra e colaboraste com muitos de nós em S. Miguel.
Domingo passado, dia 9 de fevereiro de 2020, regressaste a casa. Em dia do Senhor o Senhor chamou-te e, mais uma vez bafejado pela sorte, deu-te a graça de partir como querias, rápido.
Amanhã, o corpo volta ao berço, ilha das Flores. O pó regressa ao pó.
A alma, já em desígnio maior, que transcende e ultrapassa a pequenez humana, repousa no aconchegante regaço e abraço do Pai.
Depois de tanta vida, com a morte, chegou o teu momento de começar a viver para sempre.
Paz à tua alma!
Até um dia.