D. Domenico Sorrentino afirmou que iniciativa deixa “um capital para investir”, “não pode terminar com um evento”
O presidente do Comité Organizador do encontro ‘Economia de Francisco’ (Eof) destacou hoje que “os jovens serão os protagonistas” desta iniciativa que se vai realizar, entre 22 a 24 de setembro, em Assis, Itália, com a participação do Papa.
“Esta é a ‘Economia de Francisco’. Uma iniciativa em que os jovens serão protagonistas”, afirmou D. Domenico Sorrentino, destacando a presença dos jovens na conferência de imprensa de apresentação do evento, esta manhã, no Vaticano.
O Papa desafiou, especialmente os jovens, a participar num evento com o propósito de repensar uma “economia diferente, que faz viver e não mata, inclui e não exclui, humaniza e não desumaniza, cuida da criação e não a devasta”, em maio de 2019; A pandemia Covid-19 obrigou a adiar o encontro presencial, em março de 2020, e realizaram uma conferência digital, em novembro.
“O intervalo desses três anos, não foram de hiato, graças ao comité científico, coordenado pelo professor (Luigino) Bruni, com iniciativas, principalmente em streaming, mas não só; Um grande trabalho para nós e para os jovens, muito apaixonado e frutífero. Chegou a hora da ‘colheita’”, disse o presidente do Comité Organizador ‘Economia de Francisco’.
Para D. Domenico Sorrentino, uma iniciativa como a EoF “não pode terminar com o evento” porque deixa “um capital para investir”, foi desejada com um processo que “está em andamento, e não vai parar, expressando-se nas muitas reações que suscitou e despertará nas várias regiões do mundo”.
Este evento mundial vai realizar-se num cenário global particular, com a guerra na Ucrânia, e em outras partes do mundo, o impacto na economia global, os eventos climáticos extremos.
No final do encontro vai ser assinado um pacto, entre os jovens e o Papa, que participa no último dia do evento, a 24 de setembro; após um “momento especial” onde vão entregar a Francisco um ramo de “histórias com a vida em torno da ‘Economia de Francisco’”, disse Lourdes Hércules, jornalista da Guatemala.
“A esperança é que esses jovens que assinarão o pacto com o Papa se comprometam a abrir um diálogo com a economia real, o mundo dos negócios, instituições bancárias, gigantes da energia, centros financeiros”, acrescentou o arcebispo D. Domenico Sorrentino.
No primeiro encontro presencial EOF vão participar cerca de mil pessoas, em 12 aldeias temáticas vão refletir, a partir das perguntas colocadas pelo Papa nas encíclicas ‘Laudato si’ e ‘Fratelli tutti’, sobre ‘energia e pobreza’; ‘finanças e humanidade’; ‘agricultura e justiça’, ‘vida e estilos de vida; ‘trabalho e cuidado’; ‘políticas para a felicidade’; ‘negócios e paz’; ‘CO2 das desigualdades’.
Os “protagonistas” da ‘Economia de Francisco’ são provenientes de seis continentes – 3% da América do Norte e Oceânia, 8% da Ásia, 10% de África, 31% da América Latina e os restantes de países europeus – e foram escolhidos do sector empresarial, jovens gestores, empreendedores, das startups, da investigação, estudantes de mestrado ou doutoramento em economia ou áreas afins, e os ” agentes de mudança (changemakers), que “procuram mudar as suas comunidades com iniciativas inovadoras ao serviço do bem comum e de uma economia mais justa”.
A irmã Alessandra Smerilli, secretária do Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé), sublinhou que esta economia “não é um evento” mas um processo já em andamento, “uma rede mundial de jovens”.
“E quando tantos jovens vão trabalhar para concretizar sonhos e experimentar a profecia de uma economia que não deixa ninguém para trás, e que sabe viver em harmonia com as pessoas e com a terra, toda a Igreja deve se alegrar e sentir-se obrigada a informar-se, acompanhar este processo, evitando a tentação de querer encaixotar os jovens e os seus projetos em estruturas preexistentes”, desenvolveu a freira que pertence ao Comité Cientifico da ‘Economia de Francisco’.
A conferência de imprensa teve a participação de jovens que estão envolvidos na organização do encontro, que partilharam testemunhos e iniciativas que foram sendo realizadas ao lingo destes anos, por “jovens com desejo de mudança para um mundo mais justo e inclusivo”.
“Apesar da impossibilidade de ver e trabalhar presencialmente, a ‘Economia’ continuou e está crescendo cada vez mais. Entendemos que apenas unindo as nossas diferenças culturas, ideias e visões podemos fazer algo bonito e grandioso. Será muito bom e emocionante encontrar todos em Assis e continuar esse grande trabalho juntos”, acrescentou Giulia Gioeli, doutoranda em Ciências da Economia Civil.
Em Portugal, desde fevereiro, a rede da ‘Economia de Francisco’ está a realizar sessões preparatórias para o encontro em Assis, nos próximos dias 22 a 24.
(Com Ecclesia)