Dois açorianos assumem papel de relevo nas Jornadas Mundiais da Juventude que começam amanhã

Papa já chegou à Polónia

André Patrão e Bruno Godinho, das ilhas de São Miguel e Terceira, são dois jovens açorianos que aguardam com particular ansiedade a chegada do Papa a Cracóvia, para a 31ª Jornada Mundial da Juventude. Um porque é responsável pela edição das notícias em português no media center; o outro porque vai representar o país na receção ao Papa.

André Patrão é um jovem arquitecto, natural de São Miguel, que está a fazer o doutoramento em Lousanne, na Suíça onde também é assitente universitário. Ofereceu-se como voluntário e é o responsável pela edição dos conteúdos em língua portuguesa no Media Center destas jornadas, fazendo um acompanhamento on time dos acontecimentos das jornadas.

Já Bruno Godinho, tem 18 anos, é natural das Quatro Ribeiras, na ilha terceira e foi o escolhido pela Pastoral Juvenil Nacional para representar o país amanhã na receção ao Papa que já chegou hoje à Polónia para uma visita de cinco dias que inclui passagens pelos campos de concentração de Auschwitz e Birkenau.

A chegada ao aeroporto internacional João Paulo II de Cracóvia aconteceu pelas 15h50 locais (menos duas nos Açores), após menos de duas horas de voo desde Roma.

A 15ª viagem do pontificado e primeira viagem do Papa Francisco à Polónia, em toda a sua vida, tem como primeiro compromisso oficial um encontro com o presidente da República da Polónia, Andrzej Duda, e outras autoridades políticas no Castelo de Wawel, coração histórico da cidade.

Segue-se a reunião privada com a Conferência Episcopal Polaca e um momento de oração na Catedral de Cracóvia, antes de pernoitar na sede da arquidiocese, onde o Papa vai aparecer à janela para cumprimentar a multidão (20h00).

Na quinta-feira destaca-se a a Missa que Francisco irá celebrar na área do Santuário Mariano de Czestochowa, perante centenas de milhares de pessoas, por ocasião dos 1050 anos do Batismo da Polónia, após um percurso em helicóptero.

Neste mesmo dia, o Papa vai saudar os participantes da 31.ª JMJ, durante um encontro no Parque de Blonia, um dos maiores da Europa, onde entra simbolicamente num carro elétrico “ecológico”, acompanhado por jovens com deficiência, explicou o porta-voz do Vaticano.

Próximo daquele local, vai ser montada uma “Área da Reconciliação”, com centenas de confessionários abertos aos jovens que queiram confessar-se, e também uma tenda para a adoração ao Santíssimo Sacramento.

A visita aos antigos campos de concentração nazis está marcada para a manhã de sexta-feira, a partir das 09h30 locais (menos uma em Lisboa), com duração prevista de duas horas.

Durante a sua permanência no local, o Papa rezará junto ao chamado “muro da morte”, no Bloco 11, e na cela de São Maximiliano Kolbe, precisamente 75 anos depois da sua condenação à morte.

Francisco vai encontrar-se com 10 sobreviventes do Holocausto e 25 ‘justos entre as nações’ – pessoas que ajudaram judeus a fugir do regime nazi -, além de percorrer a pé o monumento internacional às vítimas do campo.

A cerimónia incluiu a homenagem a uma família católica – em processo de beatificação – que foi “exterminada” por ter ajudado judeus, adiantou o padre Federico Lombardi, em conferência de imprensa.

João Paulo II e Bento XVI visitaram Auschwitz em 1979 e 2006, respetivamente.

Ao regressar da viagem à Arménia, em junho, Francisco manifestou aos jornalistas a sua intenção de rezar “em silêncio” no campo de concentração de Auschwitz, considerando-o “um lugar de horror”.

“Sozinho, entrar e rezar para que o Senhor me dê a graça de chorar”, adiantou.

A agenda de dia 29 inclui uma visita ao Hospital Pediátrico Universitário (UCH) de Prokocim, de Cracóvia, e uma Via-Sacra com os jovens no Parque de Blonia, em que as várias estações vão ser centradas nas 14 Obras de Misericórdia.

No dia 30, o programa de Francisco na Polónia inclui uma visita ao Santuário da Divina Misericórdia, em Cracóvia, e ao Santuário de São João Paulo II, onde celebrará uma Missa com sacerdotes e consagrados de toda a Polónia.

O Papa vai confessar cinco jovens, em representação de todos os continentes.

O horário que foi delineado prevê ainda um almoço com 12 jovens, na sede da Arquidiocese de Cracóvia.

A JMJ 2016 termina em Brzegi, num “Campus da Misericórdia” com mais de 200 hectares e onde decorrerão a vigília e a Missa conclusiva do evento, que deverá ser acompanhada por cerca de 2 milhões de pessoas.

Durante a vigília, jovens de vários países vão ter oportunidade de expressar ao Papa as suas preocupações e dificuldades.

Em relação às questões levantadas nos últimos dias sobre a segurança no evento, o porta-voz do Vaticano assinalou que se vive na Polónia um clima de “normalidade e de tranquilidade”, sem “preocupações particulares”.

A 31.ª JMJ tem como tema “Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia” e conta com a participação de cerca de sete mil jovens portugueses.

(Com Ecclesia)

 

 

Scroll to Top