Filme de wim Wenders “Pope Francis: a mano f His word” estreia a 18 de maio
O jornal do Vaticano assinala hoje o quinto aniversário de eleição do Papa Francisco, destacando a “força de um nome” inédito na história dos 266 pontificados da Igreja Católica.
“Há cinco anos foram deveras poucos os que souberam prever a eleição em conclave do arcebispo de Buenos Aires, e menos ainda os que esperavam o nome que teria escolhido o sucessor de Bento XVI depois da renúncia ao pontificado pela primeira vez depois de seis séculos”, refere o diretor do ‘Osservatore Romano’, no editorial que abre a edição deste dia 13 de março.
Giovanni Maria Vian recorda que nenhum Papa, antes, tinha escolhido chamar-se Francisco, que recorda a figura de São Francisco de Assis.
O jornal do Vaticano apresenta como marcas do atual pontificado a atenção e a proximidade aos pobres, a pregação da paz e a preservação da criação.
“Três componentes da mensagem cristã que estão a caracterizar o andamento dos dias do primeiro Papa americano, que é também o primeiro não europeu desde há quase treze séculos e o primeiro jesuíta”, pode ler-se.
“Indicando a necessidade para a Igreja de ir às periferias reais e metafóricas do mundo para anunciar o Evangelho, o arcebispo de Buenos Aires traçava pouco antes do conclave as linhas de um pontificado essencialmente missionário, linhas que dali a poucos meses teriam sido desenvolvidas no longo documento programático Evangelii gaudium”, acrescenta o texto.
O diretor de ‘L’Osservatore Romano’ sublinha esta marca de alegria no atual pontificado, “não obstante as perseguições e o martírio de tantos cristãos, não obstante o desequilíbrio que aumenta entre norte e sul do mundo, não obstante a guerra mundial «aos bocados» muitas vezes denunciada, não obstante a devastação do planeta”.
Vian assinala que a encíclica Laudato si’, foi acolhida “com interesse e esperança até por muitíssimas pessoas que parece não se identificarem com a Igreja”.
“Assim como está a chegar muito além dos confins visíveis da Igreja a palavra simples e apaixonada de um cristão que, carregando um grande peso, pede todos os dias que rezem por ele”, conclui.
No interior do jornal de hoje, cinco convidados escrevem sobre cinco palavras, neste aniversário do pontificado: Misericórdia, Periferias, Pobres, Saída e Diabo.
Já o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, fala num pontificado de “alegria, anúncio e evangelização”, que colocou a Igreja em movimento.
“Uma das caraterísticas do pontificado do Papa Franciso é esta dimensão de uma Igreja em saída, uma Igreja em movimento, daí o convite urgente que o Papa fez, desde o início, para não ficarmos parados”, refere.
Por cá o Papa foi lembrado em vários momentos e por vários protagonistas.
O bispo da Guarda assinalou hoje os cinco anos de pontificado do Papa Francisco, eleito a 13 de março de 2013, falando em palavras e gestos que “não deixam ninguém indiferente”.
“Um Papa vindo do fim do mundo para colocar as periferias no centro, tanto das preocupações da Igreja como da própria sociedade”, escreve D. Manuel Felício, numa nota enviada à Agência ECCLESIA.
O responsável elogia o “discurso direto” do papa sobre as mais variadas situações, “onde não faltam os neologismos surpreendentes, a sua forma original de tratar os assuntos e a proximidade que revela todo o seu estilo de vida são originalidades de que a Igreja e a própria sociedade estavam a precisar”.
D.Manuel Felício saúda também o trabalho de reforma da Cúria Romana e o esforço por “combater os grandes males que continuam a existir no interior da Igreja, o mais falado dos quais, na comunicação social, tem sido o problema da pedofilia”.
Na Missa presidida pelo reitor do Santuário, padre Carlos Cabecinhas, os peregrinos presentes foram convidados a “rezar pelo Papa”.
“As orações pelo Papa são intenção permanente neste lugar, como parte integrante da mensagem de Fátima”, assinalou o sacerdote.
Na oração dos fiéis, o Papa Francisco foi recordado, numa prece para que “Nossa Senhora o proteja na sua missão”.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o padre José Maria Brito, diretor do ‘Ponto SJ’, refere-se à “grande alegria e grande exigência” de um Papa que tem pedido à Igreja uma atitude “mais desinstalada” e mais atenta às periferias da sociedade e da Igreja.
O sacerdote jesuíta destaca ainda a proposta de “discernimento” dos desafios do mundo e da vida de cada pessoa de Francisco, alguém com uma “atitude de escuta”.
O padre Luís Marinho da Silva, assistente nacional do Corpo Nacional de Escutas (CNE), fala por sua vez numa “verdadeira primavera na Igreja”, elogiando a visão do Papa vindo da América Latina e o protagonismo que dá aos jovens.
“Trouxe um olhar novo e obriga toda a Igreja a ter um olhar diferente para a sua vida e, sobretudo, para a sua missão”, numa linguagem “muito direta” e com gestos “altamente significativos e relevantes”, sustenta.
Nos cinco anos de pontificado, o Papa assinou duas encíclicas (‘Lumen fidei’, sobre a fé, que encerrou um trabalho iniciado por Bento XVI; e ‘Laudato si’, sobre o cuidado da natureza e a ecologia integral); duas exortações apostólicas (‘Evangelii gaudium’ e ‘Amoris laetitia’, após as duas assembleias sinodais dedicadas à família); 23 decretos sob a forma de ‘motu proprio’ (reforma da Cúria Romana, gestão e transparência económica, reforma do processo de nulidade matrimonial, tradução de textos litúrgicos, descentralização nas Conferências Episcopais); presidiu a duas assembleias do Sínodo dos Bispos, sobre a família, e a um Jubileu extraordinário dedicado à Misericórdia.
Francisco realizou até hoje 22 viagens internacionais, com passagem por 33 países, e 17 visitas pastorais na Itália; tem mais de 46 milhões de seguidores no Twitter e mais de 5 milhões no Instagram.
Entretanto, O portal do Vaticano apresentou hoje o trailer do novo filme de Wim Wenders, ‘Pope Francis – A Man of His Word’, com estreia marcada para 18 de maio, nos EUA.
“Mais do que um documentário biográfico, ‘Pope Francis – A Man of His Word’ pretende ser uma jornada pessoal com o Papa Francisco”, refere a nota divulgada à imprensa, no dia em que se assinala o 5.º aniversário de eleição do pontífice.
O documentário, com “as ideias do Papa e a sua mensagem”, procura “apresentar o seu trabalho de reformas e as suas respostas às questões globais atuais” e integra imagens das várias viagens internacionais incluindo as da peregrinação que o Papa fez em maio do ano passado a Fátima.
A coprodução com o Vaticano mostra Francisco a falar sobre os “principais desafios globais de hoje”: a morte, a justiça social, a imigração, a ecologia, as desigualdades, o materialismo ou o papel da família.
(Com Ecclesia)