Por Renato Moura
Maratonas negociais em barda, para escolher as figuras de topo para os cargos da Europa após eleições. Notícias e análises sobre o eixo que venceu, ou sobre o que estava para vencer, mas foi bloqueado por uns pequenos e não só. Tornou-se indisfarçável o aborrecimento por haver umas forças políticas eleitas que não votam como as grandes mandam, o que, sem o confessarem, sentem como um defeitozinho da democracia! Anunciou-se como imperativo o equilíbrio de género, o que poderia deixar a dúvida se as mulheres foram escolhidas por isso, ou pela sua real valia. E por mais que se tente disfarçar, a nacionalidade dos escolhidos não foi uma simples coincidência.
Quem, de Portugal, manobrou a escolha de cabeças, não conseguindo o que disse pretender, perdeu. Mas afinal não perdeu, ao ser convidado para um alto cargo! Que recusou… só para se focar no serviço aos portugueses; isto para que sejamos levados a entender que ganhámos e é coisa que ficamos obrigados a agradecer!
E Portugal, ao que nos tentam impingir, ganhou muito mais. Eureka! temos um Vice-presidente do Parlamento Europeu. É quase inédito, é apenas o oitavo português a ascender ao cargo. Só que este é socialista, foi Ministro da Presidência no Governo de José Sócrates e chama-se Pedro Silva Pereira, que de si disse ficar agora numa “trincheira para defender a democracia europeia” e para “reforçar a instituição”, de molde que a vontade política dos cidadãos “tenha consequência nas decisões políticas da construção europeia”. E temos outro deputado que já ganhou, pois “conseguiu”, conforme diz ter prometido, ser membro das comissões de agricultura e de pescas.
Talvez o calor da estação nos faça ver supremo benefício no facto de um presidente de partido não ser cabeça de lista num previsível círculo eleitoral. Porventura, estonteados ou não, havemos de aplaudir, como medida de fundo na defesa do ambiente, a aprovação de uma lei que estabeleça coimas para quem enviar para o chão a beata; mais eficiente, provavelmente, seria retomar a antiga licença de isqueiro, pois se o cigarro não for acesso, não chega a haver beata.E a sonolência fará parecer 7 segundos os 8 minutos de espera pelo atendimento da chamada no INEM? E aquele estímulo à poupança, da «nossa» CGD, que ajusta juros de 0,050 para 0,015 e visa rapar os abaixo de 1 euro (outrora 200 escudos)?!
Pelos vistos, este ano, se nos deixarmos cair na modorra do Verão, tomaremos como boas, imagens distorcidas e passarão desapercebidas ridicularias… para não lhes dar outro nome.