20Sacerdote lidera Pastoral Social, que constituiu prioridade no ano pastoral que está prestes a terminar
A pastoral diocesana “ainda é muito fragmentada” e isso tem consequências ao nível da sua ação, provocando alguns entraves na ação social da igreja açoriana, referiu ao Igreja Açores o diretor do serviço diocesano da pastoral social, Pe. Duarte Melo.
Para o sacerdote a igreja açoriana ainda não conseguiu ultrapassar a “lógica da paróquia” e isso “dificulta a ação mais abrangente” precisou lembrando que este ano, em que a prioridade da ação foi centrada nas questões sociais, “trabalhou-se muito e com bastante proveito” pois identificaram-se eixos de ação muito importantes como “o emprego e a economia”, áreas sem as quais “não se pode trabalhar no sentido de nos aproximarmos dos mais pobres e vulneráveis”.
O Pe. Duarte Melo lembra ainda que, “apesar de muito já se ter feito, as questões sociais, em particular as relativas à pobreza exigem uma atenção ardente de todos”, sendo questões sempre atuais, adiantou ao programa de Rádio Igreja Açores.
Também a diretora diocesana da Cáritas, Anabela Borba sublinha a premência destas questões.
“Foi um ano menos intenso em termos de apoios requeridos mas, ainda assim, de muito trabalho. Investimos na preparação dos agentes da pastoral social levando o curso +Próximo às ilhas das Flores, Pico, São Jorge, Graciosa e Faial”, disse Anabela Borba.
“Enquanto não tivermos todos a consciência de que é cada um de nós que tem que ajudar a mudar as coisas, ao nível da sua comunidade, nada mudará pois não é a Cáritas nem outra qualquer organização que num passo de magia pode alterar tudo”, acrescentou.
A prioridade da Cáritas continua a ser o reforço das competências profissionais dos seus utentes, nomeadamente das mulheres, salientou ainda.
Também as conferências vicentinas consideram que o trabalho desenvolvido tem sido frutuoso.
“A visita do Senhor Bispo aos Vicentinos, aquando da realização do seu conselho geral, foi muito boa. Deu-nos alento para continuarmos e sentirmos que o nosso trabalho também é valorizado em termos diocesanos” referiu lembrando que o “maior problema é o envelhecimento as conferências que este ano até foi mitigado com a entrada de gente mais jovem”.
“O trabalho social nunca acaba. Porque a necessidade das pessoas não é só material”, destaca Maria Carmelo Aires.
Este ano as questões sociais, nomeadamente a luta contra a pobreza e exclusão, particularmente centrada nas crianças, foi o tema dominante das orientações diocesanas de pastoral.
De acordo com várias declarações do bispo de Angra este é um tema que deve continuar a merecer a atenção de todos os diocesanos.